A Madrasta (2022) – A volta de Marcia: Parte 2

O evento.

Marcia tem um plano… retornar ao México e reencontrar o Padre José, seu grande amigo que a vê como uma filha, lhe deu algumas informações do que aconteceu nos 20 anos em que ela esteve presa, e ela teve a oportunidade de ver os filhos, mesmo que de longe. Agora, ela precisa planejar o seu retorno triunfal. Marcia passa alguns dias seguindo e observando de perto todas as pessoas que lhe fizeram mal (Lucrecia, Esteban, Florencia…), descobrindo seus padrões e como atraí-los, e então envia um convite para um “evento misterioso” a todos que estiveram na Espanha há 20 anos, na noite do assassinato de Nicolas, e é maravilhoso como eles são previsíveis e caem como patinhos… os convites geram curiosidade e burburinho, e todos eles comparecem, se perguntando quem é a anfitriã.

Esse é O GRANDE MOMENTO da primeira semana de “A Madrasta”, e é visualmente impactante. Tudo em tons de vermelho, de uma maneira que mescla sedução e ameaça, e eu me diverti com as conversas curiosas dos convidados chegando sem saber o que lhes espera… então, com um toque de taça, Marcia entra, repaginada e poderosa, pronta para acabar com cada um sentado ao redor daquela mesa – e antes mesmo de qualquer coisa ser dita, a cena já é F*DA, porque só os olhares e reações mesclando susto, medo e confusão já são maravilhosos, é muito bom observar e avaliar a reação de cada um. Cada criminoso, cada suspeito. E Marcia já começa dizendo que sabia que eles não resistiriam ao convite para um evento desses, porque são “frívolos e banais assim”.

Ela já chega humilhando, E EU AMEI.

Sem baixar a cabeça para ninguém, com uma postura muito diferente do que a que ela tinha há 20 anos, Marcia agora parece preparada para a guerra. Ela está firme, confiante, com um tom de deboche na voz que não deixa de ser ameaçadora… e ela sabe exatamente o que dizer. Ela diz verdades de 20 anos antes, e solta informações recentes que provam que ela os têm observado há algum tempo, e isso vai aumentando o receio de todos. Quando Esteban tem coragem de falar e pergunta o que ela está fazendo ali “com as suas mentiras”, ela responde dizendo que, se é para falar de mentira, então eles merecem palmas por tê-la matado em vida, e aquilo cala a boca de todo mundo por alguns segundos… Marcia é corajosa, e eles estão todos atônitos.

Provocando, Marcia ergue sua taça e pede que todos brindem com ela por sua liberdade, e depois diz que preparou um jantar como o que dão em sua homenagem todo ano (!), e pergunta de quem foi a ideia de substituí-la por um quadro. É impressionante (e nojenta) a maneira como Esteban tem a cara-de-pau (!) de agir como se o que fizeram fosse certo, dizendo que deu aos filhos uma mãe que os adorava e de quem eles podem se orgulhar, “no lugar de uma mãe assassina e adúltera”. Aquilo abala Marcia, é claro, mas ela não quer demonstrar, e ela garante que “voltou da morte” para reclamar o que é teu por direito, e ela ainda solta a bomba que é a gota d’água para deixar todo mundo apavorado: ela sabe que uma das pessoas ali é o verdadeiro culpado.

No fim, todos vão embora, mas Esteban fica para trás – e não gosto muito da interação entre eles, confesso… acho que Marcia deveria ter sido mais fria com ele, embora ela lhe diga algumas verdades. Esteban a manda parar de incomodar e não se aproximar dos filhos, mas Marcia diz que veio para retomar o que ele roubou dela. O embate é intenso, as acusações mútuas também, e quando Esteban pede que “ela não cause mais danos”, ela fala sobre como ele causou mais danos a ela, com tudo o que fez… e, naquele momento, ela está mais vulnerável do que antes, mais humana. Ela está perto demais para falar, existe resquícios do que eles sentiram no passado, mas também existe um rancor escancarado, e Marcia garante que não importa o que eles façam, seus filhos seguirão sendo seus filhos.

Então, Marcia diz a Esteban que vai lhe dar a oportunidade de ser ele mesmo a contar para os filhos que a mãe segue viva, voltou e quer vê-los, mas ela não vai descansar. Ela sabe que, naquela noite, nenhum dos convidados para o seu evento dormirá em paz – e ela está certa, porque estão todos pensando no que aconteceu. Ainda temos o Padre José sendo MARAVILHOSO (ele É maravilhoso!) “dando na cara” do Esteban, dizendo que os filhos têm o direito de saber a verdade e que Marcia é a mãe deles, e quando Esteban diz que Marcia é uma assassina, José se altera dizendo que não acredita nisso, defendendo a mulher em quem ele sempre acreditou… diferente de Esteban. Sério, todos precisam de um amigo como o Padre José na vida.

Inclusive, o Padre segue sendo a peça que aproxima Marcia dos filhos, de alguma maneira… quando Hugo, Lucia e Rafa aparecem na igreja para trazer doações, José apresenta Marcia a eles como “uma amiga que está ajudando com o orfanato”, e é uma cena EMOCIONANTE. Quer dizer, eu não consigo gostar do Hugo e da Lucia ainda, mas, naquele momento, vemos um pouco do que eles poderiam ser, porque eles são bem-educados com o padre, ao menos, e Marcia não poderia estar mais emocionada com vê-los tão de perto… é uma boa primeira interação, e é uma boa maneira de conhecer Marcia antes de ela se casar com Esteban e se tornar a “madrasta dos seus próprios filhos”. Afinal de contas, Hugo e Lucia são veementemente contra a ideia de uma “madrasta”.

 

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