Projeto Almanaque (2015)


O que acontece quando você mistura uma câmera e viagem no tempo?
Descobri o filme quando o trailer passou na TV e eu estava em Nova York, e me chamou a atenção – eu não tenho lá a gigantesca experiência com filmes que pretendem ser imagens recuperadas de câmeras caseiras e tudo o mais (como temos em Poder Sem Limites e muitos outros filmes do gênero!), mas eu adoro filmes de viagem no tempo… e foi o que me chamou a atenção. Além de eu ter ficado particularmente curioso para ter uma noção de como isso aconteceria, um grupo de adolescentes que constroem uma máquina do tempo e podem, portanto, se deslocar no tempo registrando os acontecimentos em uma câmera que sempre carregam com eles. Bem, a proposta é interessante, as possibilidades são grandes! E o trailer assume um tom interessante de suspense que nos faz temer que nada possa dar certo, de maneira nenhuma. E bem, isso é mais ou menos o que acontece conforme a trama do filme caminha.
Inicialmente, nós conhecemos David Raskin, um garoto bastante inteligente tentando conseguir uma bolsa para o MIT. Depois que seu projeto inicial não é o suficiente, ele procura pelo porão atrás de alguma pesquisa de seu pai que possa continuar e conseguir tentar uma nova bolsa. Assim ele encontra uma câmera de seu pai com o vídeo do seu aniversário de 7 anos – com ele, aos 17, parado em frente ao espelho em uma filmagem reveladora. Eu achei fascinante a introdução do tema! Ele precisou se convencer e convencer os outros que aquele cara era mesmo ele, mas todas as características batiam – ele só podia ter viajado no tempo! Dessa maneira, buscando as pesquisas do pai e os projetos, ele e uns amigos se aventuram a realmente construir a máquina do tempo. E aí surgem cenas fantásticas de testes e falhas, de muita energia eletromagnética, de um carro viajando 2 horas ao passado…
…então era possível!
Na primeira parte do filme, nós temos algo até bem tranqüilo. Depois da introdução que apresentou a teoria da viagem no tempo, e o primeiro ato todo que apresentou personagens e a criação da máquina, o segundo ato coloca os cinco amigos – David, Jessie, Quinn, Adam e Christina – viajando pelo tempo, dentro de um período de no máximo três semanas. E tudo parece caminhar bem até então… teve citação a Doctor Who, Looper, Timecop e O Exterminador do Futuro, e eles tentaram experimentos muito juvenis que gostaríamos de tentar, como consertar os erros da prova de química. A second chance machine. “We invented freaking time traveling”. E foi bem o tipo de cena que eu busco no gênero, o tipo de cena que eu gosto de assistir, como eles encontrando eles mesmos na escola – “Shit, it’s us” “Did you just check out my ass:” “Yeah. Yeah, I did”. Até que as coisas se tornem maiores, mais importantes…
Grande parte da ação do filme acontece no Lollapalooza, com direito a show de Imagine Dragons e tudo, e uma infinidade de possibilidades fornecida pela máquina do tempo (agora com um alcance de 3 meses), que os coloca, por exemplo, dentro do evento ou ainda com crachás vips que foram comprados, três meses depois do show, por apenas 5 dólares no eBay. São motivos egoístas pelos quais se usar a máquina do tempo, eles chegaram até a ganhar na loteria (o que eu achei arriscado demais), mas até que os eventos estavam se saindo bem. Então temos aquela bonita cena de David e Jessie no muro do “Antes do fim do mundo…” e o fato de ele ser tapado demais para se dar conta de que aquela era sua chance com ela… e então ele destrói tudo ao resolver voltar no tempo e consertar aquele pequeno momento. Fazendo tudo incrivelmente melhor, se tornando incrivelmente feliz por estar namorando com ela e tudo o mais…
…mas e o resto?
É a clássica Teoria do Caos, segundo a qual filmes como Efeito Borboleta e O Som do Trovão são construídos – a teoria de que, ao mexer com a história, uma pequena mudança nos efeitos vai gerar uma cascata de repercussões, e os efeitos colaterais podem ser catastróficos. Então primeiramente eles só foram para o Lollapalooza, mas então um jogador quebrou a perna, o time de basquete perdeu o campeonato, com um jogo a menos o piloto de um avião era diferente, e ele caiu matando 77 pessoas… e a cada vez que David Raskin tenta retornar e consertar as coisas, ele só sai de controle cada vez mais, chegando, por fim, à sua festa de 7 anos, 10 anos atrás, para conversar com o seu pai e conseguir colocar um fim nisso tudo, desde muito antes disso começar. Foi um bom final, parecido com Efeito Borboleta, quando Evan decide que não pode ser amigo de Kayleigh e isso vai resolver tudo. Embora aquela segunda câmera do final, repleta de informações, seja um final promissor…
“This is gonna sound crazy, but I think we’re about to change the world”

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P.S.: “You know what I would’ve done if I was smart enough to build a time machine? I would’ve gone back in time to meet you sooner”

P.P.S.: “Sorry guys. I would never do anything to hurt you guys. You’ll never even know it happened”

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