Tá Escrito (2023)
Poder em mãos.
Divertido,
mas aquém do que eu esperava, “Tá
Escrito” foi lançado nos cinemas brasileiros em dezembro de 2023. Com
direção de Matheus Souza, roteiro do próprio Matheus Souza, Thuany Parente e
Mariana Zatz, e protagonizado por Larissa Manoela e Victor Lamoglia, o filme
tem uma premissa curiosa e absurda: e se
todas as previsões de astrologia que você escreve em um caderninho se tornassem
realidade? Há um quê de “Death Note”
e “The Nightmare Room” na premissa do
filme, bem como a mensagem clara de “cuidado
com o que você deseja”, mas o filme parece se perder um pouquinho no meio
dos seus absurdos e exageros, e eu não tenho certeza de que ele funciona de
verdade como comédia o tempo todo… fora da comédia, ele definitivamente não funciona.
Mas o filme
tem algo poderoso: o fato de ser protagonizado por Larissa Manoela. Eu
acompanho a carreira de Larissa Manoela há muito tempo, e tem uma coisa que eu
SEMPRE digo: além de talento, a garota tem muito carisma! Então, ainda que não
seja tão legal quanto “Modo Avião”
(do qual eu gosto bastante) ou tão engraçado quanto “Diários de Intercâmbio” (que também tem esse quê caótico de
absurdo, mas funciona melhor lá), “Tá
Escrito” consegue nos divertir durante sua 1h30, e é uma oportunidade legal
para rever parcerias de Larissa Manoela com atores com quem já dividiu cenas em
novelas, como o Kevin Vechiatto, em “Cúmplices
de um Resgate”, e Caroline Dallarosa, em “Além da Ilusão” (inclusive, gostei de ver as duas novamente como amigas!).
Acho que o
filme tem altos e baixos… a premissa é propositalmente absurda e sem-noção, e é
usada de maneira exagerada para intensificar características únicas definindo
pessoas, algo que muitas vezes é feito por pessoas que levam a astrologia a sério demais, mas o filme também é
raso, simples e curiosamente rápido, com uma sucessão acelerada de efeitos causados pelo caderninho. É
difícil comentar a respeito de “Tá
Escrito”, porque eu realmente esperava me divertir mais – ter dado
gargalhadas e poder dizer que é uma comédia que eu adorei –, mas embora não seja o caso, eu gosto de como o filme se
assume como é, sem se levar a sério mesmo, sem ficar tentando dar explicações
ao que não tem explicações e se aceitando como uma grande farofa.
Ele não tem vergonha de ir a extremos.
Larissa
Manoela interpreta Alice, uma jovem formada em astronomia que não está
conseguindo se dar muito bem na vida, e que acaba aceitando o convite para
fazer um podcast em vídeo sobre
astrologia, que NÃO é a sua área, em uma empresa que está começando – porque é
isso ou nada. E ela tem a “ajuda” (?) de um caderninho enviado misteriosamente
para ela e que torna realidade todas as previsões que ela escreve lá para os
signos… como leonina, ela prevê uma “semana de muito sucesso” para o signo de
Leão, por exemplo, e aproveita para fazer com que o pessoal de Áries seja mais
gentil e fofo com os leoninos (por causa do seu irmão) e que os de Virgem sejam
mais relaxados e “curtam a vida” (por causa da mãe). E é assim que ela começa um caos.
Alice compara
a sua situação a de filmes nos quais as pessoas “recebem um poder grandioso e
aprendem uma lição no final”, mas ela não está preocupada com a lição no final,
porque ela diz que “essa é a parte chata do filme” – apenas com o poder que ela tem em mãos. E,
naturalmente, ela vira o mundo de pernas para o ar… e como mexer com todas as pessoas de cada signo por vez é
algo bastante amplo, ela se mete em
confusões como quando faz com que todos os sagitarianos se apaixonem por ela,
enquanto ela tenta reconquistar o ex-namorado. E ela também causa um verdadeiro
caos mundial, dando confiança
exacerbada a todos os cancerianos, por exemplo, ou causando o cancelamento e
até prisão (!) de vários escorpianos pelo mundo…
No fim,
Alice ainda precisa enfrentar a sua pior
“inimiga”, com o poder do caderninho que cai nas mãos dela, e encontrar uma
maneira de “devolver as coisas de volta ao normal” – fazendo previsões
acertadas, dessa vez, e conscientes, com o entendimento de que as pessoas não são definidas apenas por uma
característica. Ela tem uma conversa legal com a mãe sobre isso (eu ri da
mãe contando todas as coisas que fez nesse período!), e eu acho que essa é “a
lição no final do filme” que a Alice tinha que aprender: que as pessoas não são
necessariamente definidas pelos estereótipos de seus signos, ou por qualquer
tipo de estereótipo, na verdade… não é uma característica única que nos define,
porque as pessoas são mais complexas e mais plurais do que isso.
E,
convenhamos: que graça teria se não fôssemos?
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