Bodies 1x07 – Catch Me If You Can

“Reality prevents changes, prevents paradoxes”

Embora seja muito bom, eu confesso que esse episódio me deixou um pouco dividido, porque sinto que ele teria sido tão bom quanto foi mesmo com uns 20 minutos a menos. “Catch Me If You Can”, o penúltimo episódio de “Bodies”, segue a vida de Elias Mannix da sua chegada em 1889 até a sua morte em 1941, como Julian Harker, e embora algumas coisas precisassem ser explicadas, sinto que o episódio foi excessivamente didático e se preocupou em “explicar” e/ou mostrar coisas que já tinham ficado suficientemente claras a partir dos episódios anteriores, e algum tempo poderia ter sido economizado – mas uma parte da audiência se habituou demais a ter tudo mastigado (até “Dark” se rendeu a isso, no fim) e assume que “não houve explicação” a não ser que ela seja esfregada na nossa cara.

De todo modo, é um excelente episódio, como todos os episódios anteriores de “Bodies”. Só prolixo em alguns momentos. Acompanhamos a chegada de Mannix a 1889, vemos Lady Harker “acolhê-lo” como seu filho, mesmo sabendo que ele não é o verdadeiro Julian Harker, o vemos presenciar a chegada de Gabriel Defoe, ser capturado na foto de Henry Ashe, aproximar-se de Polly Hillinghead com tudo minuciosamente planejado, para que ela se case com ele, tenha um filho e desempenhe seu papel na manutenção do ciclo infinito, sem começo e sem fim, sobre o qual ele conta depois do nascimento do bebê, e a vemos ajudá-lo a gravar os áudios em 1941. Foi triste ver o assassinato de Alfred em 1890 e ver a morte de Whiteman/Karl Weissman em 1941.

Não tivemos grandes surpresas na narrativa que começa em 1889 e termina em 1941, e acho que o episódio poderia ter tomado mais tempo na “transição” da Polly que conhecemos na juventude, como filha de Alfred Hillinghead, à Polly de idade avançada, que mata uma garota de 11 anos com chocolate envenenado em uma estação de metrô, por exemplo, do que relembrando como Elias Mannix/Julian Harker chantageou Alfred com a foto forjada com o corpo de Gabriel Defoe… de todo modo, eu acredito que o grande destaque de “Catch Me If You Can” fica para a narrativa em 2053, depois da partida de Elias Mannix a 1889, com Iris Maplewood finalmente começando a pensar a respeito do que ela acabou de fazer para garantir esse futuro para si mesma…

E, então, surge uma última possibilidade.

Aqui, recebemos novidades interessantes e uma premissa promissora para o Finale de “Bodies” – termino esse episódio muito mais animado para a conclusão da série do que eu jamais estive (e isso que eu amei a série desde o primeiro episódio!). Após a partida de Elias Mannix e a aparente morte de Gabriel Defoe, Iris Maplewood retorna para casa e, durante a sua lamentação, ela percebe a bolsa do professor, deixada para trás da noite em que ele estivera com ela ali… e suas anotações, junto com a aula sobre viagem no tempo que ela assistira de Defoe anteriormente, fazem com que Iris Maplewood se dê conta de uma coisa: Gabriel Defoe vai chegar novamente“You’re coming back, you motherfucker”. Afinal de contas, existe essa duplicação.

O desenho nas anotações de Gabriel Defoe é bastante claro a respeito da ciclicidade da viagem no tempo a partir da Garganta, e se Gabriel apareceu no dia 14 de julho de 2053, quatro dias antes, uma versão idêntica àquela também aparecerá em 22 de julho de 2053, quatro dias depois. Dessa vez, no entanto, Iris Maplewood estará esperando por ele: Gabriel Defoe apareceu vivo em 2053 no início da série, o que quer dizer que ele também ainda estará vivo quando chegar no dia 22 de julho, e ela sabe exatamente do que precisa para salvar a sua vida agora, e então eles terão a ajuda de Gabriel Defoe. Ela não tem um plano além disso… mas ele tem. Interessante pensar que também existe uma versão de Defoe (ou do corpo dele) aparecendo em 2083, 2165 e 2216.

Interessante demais se perguntar o que acontecerá a partir de agora. Com a ajuda de Shahara Hasan e do irmão, Iris Maplewood consegue salvar a vida de Gabriel Defoe em 22 de julho de 2053, e agora é a hora de testar as teorias que foram levantadas até agora: por exemplo, existe mesmo o livre arbítrio ou ele é só uma ilusão? Até agora, tudo o que eles tentaram fazer para impedir o ciclo acabou resultando exatamente no que eles queriam impedir porque, como Defoe diz, a realidade tenta impedir mudanças e paradoxos, mas talvez seja possível ser mis inteligente que o universo. Por isso, Iris Maplewood escolhe pular ela através da Garganta, enviando-se sozinha ao passado, com algum plano, seja ele qual for… e esse Finale de “Bodies” promete ser incrível!

 

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