Vale o Piloto? – Falling Water 1x01 – Don’t Tell Bill


“Do you ever get the feeling your dreams are trying to tell you something?”
Eu acho que tem muito futuro! Descobri a série ao acaso, assim como descobri Stitchers na época de sua estreia, e eu não pude resistir à sinopse. Quer dizer, olha o que o serieseason dizia da série: “A história gira em torno de três estranhos que descobrem estar sonhando partes diferentes do mesmo sonho. Cada um está atrás de algo ou alguém que somente poderá ser encontrado em seus respectivos subconscientes: uma namorada desaparecida, um filho e uma forma de se comunicar com uma mãe catatônica. No entanto, quanto mais utilizam seus sonhos como meio para alcançar um fim, eles percebem que estão colocando suas vidas em risco. O trio é formado por Tess, uma detetive particular capaz de prever algumas situações que ainda vão ocorrer no futuro; Burton, chefe de segurança de um banco onde está sendo realizada uma investigação de desvios financeiros; e Taka, um detetive da polícia de Nova York que investiga membros de um culto obcecado por sonhos”. Quer dizer…
WOW!
A série me chamou a atenção instantaneamente, então eu precisei conferir o Piloto. E eu gostei bastante. Eu acho que a série ainda está tentando se encontrar e se definir, mas tem uma premissa muito bacana e repleta de possibilidades. Às vezes o tom parece das ficções científicas dos anos 1980 baseadas em obras de Philip K. Dick, embora o roteiro ainda precise me convencer dessa comparação. O tema, claro, nos faz pensar em Inception. Não tem como falar de sonhos e não pensar em Inception, mas o conceito é diferente. Acho que Falling Water questiona um pouco mais a relação entre o sonho e a realidade, questionando o que é real e o que não é. E o quanto isso é maleável. Eu adoro essas perguntas instauradas. O clima foi sombrio, com cores escuras, apostando em um tom vago de suspense que nos guiava por toda a ideia de confusão a respeito de sonho e realidade. Inteligentíssimo. Mais reflexivo que cheio de ação, há quem reclame disso. Não eu. Eu acho que um pouco de ação sempre faz bem à série, mas eu adoro esse tom calmo que vai te guiando pelas informações, liberando de pouco em pouco e te fazendo pensar.
Fiquei envolvido.
Tess, continuando sua personagem Grace em American Horror Story: Asylum, sonha com um parto que, aparentemente, nunca ocorreu. Pelo menos é nisso que todo mundo quer que ela acredite.Mas ela é capaz de ver seu filho em seus sonhos. Seus sonhos parecem demonstrar dicas do que aconteceu. Burton, por outro lado, sonha com uma namorada que ele não vê há anos, e eu acho que seu sonho é diferente do de Tess justamente por questionar mais o que é real e o que não é. Por exemplo, eu jurava que quando ele a encontra e vai até o restaurante com ela, aquilo era real. Mas então temos uma edição incrível para recriar a confusão típica dos sonhos, e nós não sabemos mais o que aconteceu de fato e o que não aconteceu. Aparentemente nada que se refira a ela, já que nem registros dela existem no hotel quando Burton vai atrás deles. O Taka, por sua vez, tem um sonho que parece mais um sonho, recriando a atmosfera metafórica dos eventos da vida real. A mãe amarrada com o rosto coberto, ou então ele criança tentando se aproximar da mãe que tira seus braços de volta dela e foge dele.
É um pouco angustiante.
Mas eu gosto de pensar na conexão que existe entre os personagens. Eu acho que nós ainda temos muito a explorar em Falling Water, e parece que o roteiro está pensando nisso. De forma complexa, tudo faz parte de uma mesma história. E não só porque Burton pergunta a Tess sobre a sua namorada no corredor do prédio. Não, muito mais do que isso. Eles estão profundamente conectados sem saber que estão, com os seus sonhos se misturando. O filho de Tess, cujo nome ainda não conhecemos, parece circular livremente por entre os sonhos, e eu ainda não sei o que isso quer dizer. Como Taka vendo o seu reflexo no espelho. Mas também parece que a grande questão é: o que é real e o que não é? Achei que muita coisa de Taka fosse real, mas o fato de o filho de Tess poder ser visto quando ele está supostamente acordado me deixa em dúvida; bem como o TOPEKA de Burton (ao contrário) na parede naquela cena esquisita dos corpos. E claro, a foto de Anne-Marie, a fonte de água, o retrato do filho de Tess, a bomba explodindo a casa…
Tudo isso me deixa tão confuso!
De uma maneira gostosa.

Tess deve ser a protagonista. Quer dizer, quando eles falam sobre a possibilidade de andar pelos sonhos das outras pessoas – e se essa pessoa fosse você? –, eles claramente se referiam a ela. Numa vibe mais Sense8 que Inception, porque a conexão não precisa ser motivada, parece-nos que os sonhos estão todos conectados. De todo mundo? É quase angustiante, embora curioso, pensar nos sonhos como um plano à parte no qual a vida de fato exista, e eles não pertençam apenas a nós mesmos como gostamos de acreditar. Tess se une a Bill numa jornada capaz de provar isso, embora eu ainda não entenda as suas intenções. De Bill, quero dizer. “The idea that we’re all connected in ways that we don’t even understand yet”. Tess participa de um experimento no qual encontra Andy em um sonho, eles conversam, e tudo fica no ar, com MUITO MISTÉRIO. É outro nível de comunicação. Sem wi-fi, sem cabos, sem roteadores… de córtex cerebral a córtex cerebral. A comunicação definitiva, pura, orgânica. Assim como Tess é importante, seu filho também. Eu estou começando a ficar bem eletrizado com isso tudo! Está bastante enigmático, repleto de mistérios e coisas a serem desenvolvidas. Se o objetivo era nos deixar intrigados, eu acho que fizeram um bom trabalho!
Eu quero entender isso tudo sim!
Estreia oficialmente dia 13/10… vamos continuar para ver onde vai chegar!

Para mais Pilotos de série, Vale o Piloto.


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