American Horror Story: Delicate 12x01 – Multiply Thy Pain

Fertilização.

Há muito tempo que “American Horror Story” já não empolga como costumava empolgar nos seus anos iniciais… eu realmente acho que o tempo da série já passou e que está na hora de finalizá-la, mas também estou aqui para acompanhar mais uma temporada porque… bem, eu já vim até aqui, né? Dito isso, “Delicate” talvez tenha alguns pontos a seu favor. Pela primeira vez na história de “American Horror Story”, Ryan Murphy, embora siga como produtor executivo, não está envolvido na parte criativa da temporada, o que pode dar a “Delicate” novos ares. Com Halley Feiffer como roteirista, a temporada é uma adaptação de “Delicate Condition”, um livro de Danielle Rollins – e o fato de termos um material-base no qual se basear também é uma novidade em “AHS”.

Bem, se Ryan Murphy é conhecido por “estragar a reta final das temporadas” e, dessa vez, temos um roteiro que não passa por suas mãos e que tem algo em que se basear, acredito que isso seja algo bom, não? Ainda é muito difícil tecer uma opinião a respeito da temporada através desse primeiro episódio, mas eu achei “Multiply Thy Pain” promissor. Não é um grande episódio marcante nem nada, o que pode ter parecido “morno” ou “fraco” para alguns espectadores, mas eu, particularmente, gostei do ritmo mais “contido” desse primeiro episódio. Às vezes é necessário deixarmos o excessivamente mirabolante de lado por um tempo e centrar em algo que é claro e objetivo. A estreia é um ótimo definidor tanto do tema quanto do tom e dos personagens…

E agora vamos ver o que “Delicate” faz com a trama apresentada.

Anna Victoria Alcott é uma atriz em ascensão (seu mais novo filme está gerando burburinho e sua publicitária está trabalhando em uma campanha para o Oscar), mas embora as coisas na sua carreira estejam indo muito bem, ela e o marido, Dexter Harding, estão há algum tempo tentando ter um filho, e nenhuma fertilização in vitro funcionou até então. É uma premissa simples, talvez até propositalmente vaga, porque ainda é uma incógnita os rumos que a temporada vai tomar. Aparentemente, dessa vez a fertilização vai dar certo, mas o que ela está realmente gerando? Eu gosto desse tom de mistério, gosto de não saber em quem se pode confiar, de não ter certeza de como o sobrenatural e o horror vai de fato entrar em “Delicate” e tudo o mais.

O episódio tem um tom interessante de suspense que me agrada… Anna está vendo pessoas que misteriosamente parecem a estar seguindo e/ou observando (e não são apenas fãs por causa do seu sucesso como atriz), e algumas coisas estão misteriosamente mudando de lugar. Destaque para os supositórios que deveriam ficar dentro da geladeira e aparecem em cima da bancada eventualmente, ou a boneca que aparece na sua boca depois de um fã mandar para que ela a assine. Inclusive, muito interessante toda a questão da boneca (bonecos podem ter um tom muito macabro se bem trabalhado, não?), que é meu mistério inicial favorito ao lado de Sonia, a mulher que conversa com Anna durante a abertura de uma exposição na galeria de Dexter.

A cena da fertilização é nojenta e o suco de “American Horror Story”.

Sobre os personagens apresentados: Anna e Dexter são os protagonistas e com quem mais passamos tempo. Achei promissor o mistério a respeito de Adeline, a ex-esposa de Dexter que supostamente está morta, e aquelas amigas do Dexter também podem ser um inferno na vida de Anna, ao que tudo indica. Siobhan, a personagem de Kim Kardashian, ainda não mostra exatamente a que veio (porque ela pode guardar um segredo, certo?), mas eu gostei dela nesse primeiro episódio. Dito isso, vamos nos aprofundar na história conforme “American Horror Story: Delicate” avança (não conheço nada a respeito do livro de Danielle Rollins e não buscarei spoilers), mas eu gostei sim do tom e do ritmo de “Multiply Thy Pain”. Vamos ver o que vem por aí!

 

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