Doctor Who, 2006 Christmas Special – The Runaway Bride


“Because sometimes I think you need someone to stop you”
Nós aprendemos a AMAR Donna Noble desde o seu primeiríssimo episódio quando ela era uma noiva prestes a se casar, mas acabou aparecendo sem querer na TARDIS, por causa das Partículas de Huon que estavam em seu corpo, o que deixou o Doctor completamente desconsertado. Naturalmente. É estranho ver o episódio e terminá-lo com uma promo com a Martha Jones, já que é evidente que Donna Noble é uma companion MUITO melhor, desde o começo. De todo modo, nós temos a introdução de uma boa personagem ao universo de Doctor Who, ao lado de David Tennant, e a proposta básica de que o Doctor não pode viajar sozinho, ele precisa de alguém que lhe dê limites. Ele ainda está triste por Rose Tyler, e é natural já que a perda é muito recente, na época, mas ele chega a convidar Donna Noble para a TARDIS, que recusa no momento. Mas ela faz com que ele prometa que ele vai achar alguém para viajar com ele, porque às vezes ele pode precisar de alguém que o detenha. Como ela fez no episódio.
Tão depressa, ela se torna tão importante!
Me pergunto se tudo já estava, ainda que levemente, esquematizado na época. Quer dizer, talvez a ideia ainda não fosse com Donna Noble, mas quando ela deixa a TARDIS no fim da quarta temporada, o Doctor viaja sozinho por um ano de especiais, e então ele sai de controle e se torna um perigoso Valeyard. E desde quando ela esteve com ele, por apenas um episódio, a Donna já sabia que esse era o Doctor. Que ele precisava de alguém. Ele devia tê-la escutado por mais tempo. Embora talvez, inicialmente, você não pense muito em escutar a Donna, e é divertidíssimo! Ela chega toda extravagante, falando alto, exigindo saber de coisas, querendo tudo à sua maneira. Quase ameaçadora, mas adorável. E a química entre Catherine Tate e David Tennant é automática, perceptível desde a primeira cena dos dois juntos. Seria um desperdício não ter mais de Donna. “This man you’re marrying, what’s his name?” “Lance” “Good luck, Lance”.
Quem não ama aqueles pitis da Donna?
Aqueles gritos?
Tudo?
beNovamente, eu acho que o forte do episódio não está em toda a trama que envolve os vilões nem nada disso. Isso está em segundo plano. Em primeiro, está a dinâmica natural e fluída de Donna e Doctor (Doctor-Donna) e falas como “It’s weird, I mean you’re not special, you’re not powerful, you’re not connected, you’re not clever, you’re not important…” e “This friend of yours, just before she left, did she punch you in the face? Stop bleeping me!” Em momentos como a Donna revoltada porque a festa está acontecendo mesmo sem ela (“You had the reception without me?! YOU HAD THE RECEPTION WITHOUT ME?!”), mas que ela finge cair em lágrimas e abraça o noivo para se esquivar das perguntas de todo mundo! A piscadinha dela para o Doctor e o Doctor tentando conter a risadinha foi sensacional. Já sabíamos que ele não podia deixar de convidá-la para se tornar parte integrante da tripulação da TARDIS. Não tinha. Mas a Donna não foi escolhida por acaso, ela tinha toda uma função gigantesca em tudo.
Nesse especial e futuramente, na vida do Doctor.
“That big picture, Donna, you keep on missing it”
Mas desligada que só! Sempre perdia tudo. “They had Cybermen in Spain!” Eu acho estranho acreditar que a Donna tenha escolhida NÃO embarcar na TARDIS ao fim desse especial. Eles já tinham tido cenas muito lindas juntos. Como “No chance, Martian boy. You’re the man who keeps saving my life, I’m not letting you out of my sight”. E “You better come back” / “Couldn’t get rid of you if I tried”. Mas a ideia principal era outra. Levar Donna 4,6 bilhões de anos no passado para presenciar a criação do Planeta Terra, quando uma pedra maior que as demais, pela força da gravidade, atraiu aquelas ao seu redor e formou o planeta – e essa primeira pedra era uma nave, dos Racnoss, uma espécie de aranhas gigantes, nojentas e grotescas. Que o Doctor destrói drenando o Tâmisa. E que ele para no momento certo porque a Donna o instriu. “Doctor! You can stop now”. Ele morreria ali se não fosse pela Donna, nós sabemos disso lá na quarta temporada quando ela vira à esquerda e nunca mais conhece o Doctor.
No entanto, Donna AINDA não está preparada para viajar com o Doctor, embora estará dentro de um ano e passará a buscá-lo loucamente através de coisas perigosas que chamem sua atenção – até a história dos Adipose. Por ora, Donna ainda não tem para o que retornar a não ser a família, o casamento se desfez, por um motivo claro, mas ela ainda precisa lidar com isso. Talvez. “Merry Christmas” “And you”. A despedida do Doctor e de Donna é belíssima, com neve que ele chama, com o convite dele para ela vir com ele, e a recusa dela. “And then you made it snow. I mean you scare me to death!” E o pedido que ele encontre alguém que possa viajar com ele, porque ele precisa. E ele encontrará. Martha Jones. Uma companion mais passageira que Donna Noble e, talvez, menos importante em toda a história da humanidade, mas que é importante para que o Doctor consiga se afastar, em questão de tempo, do sofrimento de ter perdido Rose e possa, então, ter Donna ao seu lado em um momento em que estará melhor. Nós assistimos a terceira temporada ansiosos para chegar à quarta e reencontrar a Donna. Porque ela é um amor!
“Am I ever going to see you again?”
“If I’m lucky”

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