Doctor Who, 2005 Christmas Special – The Christmas Invasion


“Same man, new face. Well… new everything”
O PRIMEIRÍSSIMO episódio de David Tennant como o Doctor – você sabe, é aquele episódio em que ele ainda está tentando definir seu tom, tentando descobrir quem ele é. E ele mesmo tem noção disso. “That’s the thing. I’m the Doctor, but besides it I don’t know. I literally don’t know who I am”. Com a energia da regeneração ainda fluindo, o Doctor precisa ficar em repouso, o que significa que nós temos 40 minutos de episódio em que o Doctor praticamente NÃO aparece – diferente da estreia de Matt Smith, que foi TANTO dele que já nos permitiu conhecê-lo de cara. O Doctor de David Tennant está tentando se conhecer, está cheio de referências à cultura pop que são divertidíssimas e a marcará durante tanto tempo. Ele chega a citar O Rei Leão. Temos evoca O Guia do Mochileiro das Galáxias ao falar sobre Arthur Dent. Vocês se lembram que, na terceira temporada, ele falará com muita paixão sobre Harry Potter. Gostamos disso no Doctor do David Tennant. Além de outras coisas, claro. Mas de uma coisa ele tem certeza: “No second chances. I’m that sort of a man”. Bem, ele ainda é o Doctor de sempre, no fim das contas.
Mais ou menos.
Eu gosto de me perguntar o quanto já estava pensado desde então. Claro que não tínhamos ideia de que, muitos anos mais tarde (9 anos, para sermos bem específicos), a tangerina voltaria em um Especial de Natal de forma tão importante, com o Twelfth e a Clara – afinal de contas, é tradição do Natal. Mas a questão da mão era bem mais recente. Quando eles evocam uma cena SUPER Star Wars e o Sycorax corta fora uma das mãos do Doctor em uma luta de espadas (e ela cai), a mão dele nasce novamente (menos de 15 horas desde o início do processo de regeneração!), mas aquela mão decepada vai ser essencial na quarta temporada, não só com Donna Noble, mas também para proporcionar uma espécie de final feliz de Rose Tyler com uma versão do Doctor. Então, o que eu quero dizer é: será que eles tinham uma ideia disso tudo na época? E é tão gostoso pensar que sim, ainda que primário e simples, mas que a ideia estava lá e eles estavam se assegurando de que tudo estaria certo quando eles precisassem.
Regenerar o Doctor.
“What d’you mean that’s the Doctor? Doctor Who?”
Rose Tyler, a companion oficial do Doctor na época, ainda está tentando se adaptar. Ela achava que conhecia o Doctor a partir de Christopher Eccleston, com quem passou todas as aventuras ao longo do ano na primeira temporada, mas ela continua esquecendo que ele não é humano. É um choque vê-lo mudar. E Jackie Tyler também reage de forma divertidíssima. Embora eu ache bem marota a pergunta de “Anything else he’s got two of?” e não consiga pensar em nada que não seja… bem. Mas continua sendo bacana, como sempre, ver sua relação com o Doctor quando ela não para de falar de JEITO NENHUM e ele pede que ela cale a boca. “Oh, he hasn’t changed that much, has he?” E sobre Mickey, de que meu NUNCA gostei de verdade, ele continua sendo subjugado pelo Doctor. Mas não é como Amy Pond e Rory Williams. Você não quer Amy com o Doctor porque nós amamos o Rory e ele precisa ficar com a Amy, ela precisa valorizá-lo. Mickey não consegue nos convencer a gostar dele, então nós aceitamos, numa boa, o Doctor com Rose.
Tudo bem que Mickey ainda vai acabar com Martha Jones…
Whatever.
O problema do episódio de Natal começa quando a Sonda Guinevere One é mandada para Marte, e 25 de Dezembro de 2005 se torna o dia em que a Terra descobre, oficialmente, que não é o único planeta habitado no Universo. A prova definitiva de que alienígenas existem. E eu acredito PIAMENTE que coisas assim aconteçam na vida real, que existam organizações (como a UNIT, na série) que saibam da existência de aliens e escondem isso da população em geral. Não há nada mais parecido com a verdade do que eles tentando manipular os fatos para que tudo pareça uma grande fraude. Acredito que nem toda “fraude” é, de fato, uma fraude. E os aliens em questão, não marcianos, são Sycorax, que ameaçam tomar a Terra e, infelizmente, o planeta não tem o Doctor para salvá-lo como sempre tivemos. É angustiante vê-los, à distância, comandar todas as pessoas que têm o sangue A-positivo e ameaçá-los fazerem pular da beirada de um prédio. “They’re all going to the edge. They’re gonna jump!” Sem o Doctor para salvar a Terra, o único lugar que ainda apresenta algum tipo de segurança é, claro, a TARDIS.
“Now all we can do is run and hide and I’m sorry. Now move!”
Finalmente o Doctor acorda (de forma bem britânica, com a ajuda de chá que a Jackie insistiu em levar para a TARDIS e lá foi derrubado) quando toda a confusão está instaurada e a nave Sycorax está sobrevoando a Terra e Harriet Jones, Mickey e Rose Tyler estão sendo mantidos prisioneiros. Depois que a fala dos Sycorax começa a ser traduzida pela TARDIS, indicando que está tudo bem com o Doctor, finalmente, ele abre a porta com um fofíssimo “Did you miss me?” Bem, o Doctor trabalha o episódio todo, depois de ter saído das roupas do Ninth Doctor, de pijama e roupão. E ele está um gato! Sexy? Sim, Doctor, sexy. Mas ainda não ruivo! “How do I look?” “Um… different” “Good different or bad different?” “Just… different” “Am I… ginger?” “No, you’re just sort of… brown” “I wanted be ginger. I’ve never been ginger. […] Oh, that’s rude. That’s the man I am right now? I’m rude. Rude and not ginger”. Bem, e ele se encontra como Doctor: defendendo a Terra, ameaçando vilões, mas renegando a violência enquanto pode.
Assim ele desiste de Harriet Jones.
E destrói todo o seu governo com seis simples palavras:
“Don’t you think she looks tired?”
É bastante triste que os humanos sejam, definitivamente, a raça favorita do Doctor em todo o Universo, mas que eles ainda sejam tão desprezíveis em tantas ações. Monstros, como ele mesmo coloca. “The monsters are coming. The human race”. E isso fica bem estabelecido no primeiro episódio de David Tennant! E ENTÃO CHEGA A HORA DE DAVID TENNANT ESCOLHER SEU FIGURINO! E como aquilo tudo é fofo <3 No guarda-roupa da TARDIS, olhando-se no espelho, o Doctor encontra. Seu terno, sua gravata, seu sobretudo. E se torna o Tenth Doctor oficialmente. Do jeito sexy que adoramos. Quando ele coloca óculos então, para olhar para a TV, por exemplo, não resisto. Foi um Natal gostoso – com ceia, com chapeuzinhos de Natal, com sorrisos, com pedaços da nave dos Sycorax caindo como meteoros e com “neve”, que não era neve. “This isn’t snow, it’s ash”. Mas ainda é bonito. E então o Doctor e Rose Tyler saem para suas aventuras da segunda temporada. Ele tem medo que ela não queira mais ir com ele porque ele mudou. Ela tem medo que ele não a queira mais porque ele mudou. Mas ambos querem continuar.
Em todo o Universo, qualquer lugar ou tempo…
…onde você quer começar?
Ah, e bem antes que o “Allons-y!” apareça pela primeira vez, nós temos um momento fofíssimo que só pode ser visto como uma homenagem de David Tennant a Christopher Eccleston, o primeiro Doctor na nova versão de Doctor Who: ouvi-lo dizer “All those planets, creatures and horizons – I haven’t seen them yet. Not with these eyes. And it is gonna be… fantastic!” é tão GENIAL! Quer dizer, “Fantastic!” é muito Christopher Eccleston, e David Tennant está continuando exatamente de onde ele deixou, com a companion que o acompanhou, com as memórias bem claras, pelo visto, de tudo o que ele passou na primeira temporada. É um recomeço gostoso para a série, que não recomeça realmente porque Rose Tyler continua ali na TARDIS e nós ainda temos muito a ver. É bom terminar o episódio e ver a rápida promo da temporada inteira. Relembrar as coisas que passamos ao lado de David Tennant e Billie Piper.
Um bom começo para uma era maravilhosa!

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