Sherlock 2x02 – The Hounds of Baskerville


“Of course I am a show-off, that’s what we do”
Sou um aficionado por esse tipo de história que traz toda uma questão de Teorias da Conspiração e uns alucinógenos loucos que deixam as pessoas tão altamente suscetíveis a estímulos, no caso de medo extremo que levam à paranoia. O episódio, muito bem construído, tira Sherlock Holmes e John Watson de Londres e os leva para Dartmoor, onde eles investigam um caso suspeito de cachorros gigantes vindos do inferno. Ou qualquer coisa assim. Tem uma escolha específica de palavras que intriga Sherlock e faz com que ele tenha o desejo de assumir o caso, mesmo que ele estivesse quase se convencendo a ficar por Londres mesmo e aceitar o caso da pequenina garota que perdeu seu coelhinho Bluebell, um coelho que brilhava no escuro e, aparentemente, precisou ser sacrificado. E então você percebe, definitivamente, que precisa sempre prestar muita atenção a qualquer detalhe do episódio, por menor que seja, porque esses casos devem retornar em algum momento de alguma forma significativa. Quer dizer, você pensou seriamente em ignorar o comentário que eles estavam recebendo no blog.
Não?
Bem, Henry Knights, interpretado pelo fofo do Russel Tovey, aparece na 221b Baker Street com uma história interessante sobre como seu pai foi assassinado, anos atrás, mas que parece tão absurda e tão sobrenatural que não pode ser levada a sério. E Sherlock está realmente quase não a levando a sério, até que ele cita as pegadas de Hounds (cães de caça). E algo ali chama a atenção de Sherlock Holmes. Ah, devo dizer que Sherlock cheirando a fumaça de Henry Knight enquanto esse fuma é um máximo! Melhor que muita comédia por aí… a primeira coisa que eu realmente ADOREI no episódio foi o fato de se passar na Base Militar de Baskerville, com toda aquela questão de segredos militares e as infinitas possibilidades do que pode estar sendo pesquisado e experimentado nessas bases secretas espalhadas pelo mundo. É um pouco assustador e parece gritar por teorias da conspiração, mas é perfeitamente excitante! Não tem como não retornar a elas e se encantar. Sherlock, por exemplo, tem toda uma capacidade de dissimulação inigualável, entrando na Base Militar de Baskerville se passando por Mycroft Holmes.
E QUE CENA!
Foi um dos momentos que mais me fascinaram no episódio! Ele andou pelo lugar, tentou entender o tipo de coisa que estava sendo experimentada, e reconheceu um sobrenome: Stapleton. Quem achou que Bluebell não fosse importante? E tendo descoberto o básico para que pudesse realizar suas brilhante conjecturas mais tarde, Sherlock Holmes e John Watson deixam a base com uma ajudinha rápida de Bob Frankland, e Mycroft demora mais que o esperado para se manifestar. “Ha! 23 minutes, Mycroft is getting slow”. Toda a questão de manipulação genética nesses pavorosos experimentos nos quais a ética e a lei são questionáveis é trazida à tona, e você não sabe no que acreditar. Você espera algum tipo de pavorosa mutação genética em cachorros gigantes atacando as pessoas como atacou, anos antes, o pai de Henry Knight. Você espera por isso e a realidade de Baskerville te mostra que é possível. Mas ainda assim, VER um daqueles cachorros negros e peludos, de olhos vermelhos, é assustador.
Apavorante.
Sherlock Holmes sente medo, pela primeira vez.
O quanto o nosso corpo nos trai? Sherlock Holmes, outrora tão resistente a sentimentos, vê e não pode acreditar no que viu, experimentando o medo talvez pela primeira vez na vida. O tédio ele o conhece bem. “Henry was right. I saw it. I saw it too, John”. E graças a todo esse sentimento liberado, nós temos alguns momentos tão extremamente fofos entre Holmes e Watson que eu adoro. Eu adoro o “Why would you listen to me? I’m just your friend”, mas é muito doloroso quando Sherlock responde com um seco “I don’t have… friends”, bem como a dor na voz de Watson no “No. I wonder why”. Em contrapartida, no entanto, é maravilhoso ver o Sherlock tentando pedir desculpas, mais tarde, dizendo que tem UM amigo sim, bem como a cena do café. Mesmo que o fim do episódio tenha estragado toda a beleza de o Sherlock “estar fazendo café para John para tentar se desculpar”. Aham. Ali Sherlock já estava preparado para encarar HOUND não como uma palavra comum, mas como uma sigla, talvez.
E começam as alucinações.
The Hounds of Baskerville é inteligentemente guiado para que nós estejamos vivendo o mais próximo possível dos personagens, apavorados com a possibilidade de cães mutantes gigantescos, e é só quando Sherlock está pronto para revelar suas novas suspeitas que temos cenas como as de Henry Knight em sua casa, com as luzes do lado de fora se acendendo e se apagando, e os flashes assustadores em seu cérebro. Então você acha que pode ser mais uma alucinação que qualquer outra coisa. Mas chegar a isso não é nada. Como ela é causada e por quê?! Uma das cenas mais angustiantes de um suspense delicioso são de John Watson em Baskerville, achando que está sendo perseguido por um Hound, apenas para provar uma teoria de Sherlock de que cada um só vê aquilo que está esperando ver, como o Cão brilhando. Medo e estímulo. Project H.O.U.N.D. E como a droga que causa a alucinação e torna as pessoas suscetíveis entrou no sistema? Toda a construção para explicar a eficiência da neblina foi arrepiante e PERFEITA, com ótimas interpretações, desespero e gritos aflitos que me deram uma angústia tremenda!
Que final MARAVILHOSO do episódio.
Agora, esperando Moriarty para o Season Finale

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