Doctor Who: Season Four (2008) – Part 3


Hello, sweetie!, pela primeira vez. Mais ou menos.
Particularmente, eu ADORO a quarta temporada de Doctor Who, mas o principal motivo é um bem específico: eu adoro a Donna Noble. Então, é recorrente que os episódios e as tramas não sejam assim TÃO geniais ou boas, mas eu adore o episódio porque a Donna é simplesmente IMPRESSIONANTE e sua química com o Doctor funcione muito bem, e bem depressa. Mas nesse episódio em duas partes, as coisas são levadas a um outro nível espetacular. É mais ou menos como a terceira temporada, quando entramos na sequência de Human Nature até Blink. Geniais. Episódios verdadeiramente geniais pelos quais me apaixonei. Esse é o sentimento em Silence in the Library. Steven Moffat traz uma trama coesa e inteligente, repleta de significado, que ainda tem todo o potencial para uma infinidade de outras cenas que vão continuá-la. É uma introdução para algo muito maior a ser desenvolvido. Ele apresenta River Song, e ele deixa claro que ela é uma personagem importantíssima na vida do Doctor (até sabe seu nome!), mas, com medo de Spoilers!, não nos conta muito mais do que isso, em uma prova clara de como o tempo é uma coisa meio wibbly wobbly timey wimey.
Basicamente.
O roteiro tem uma ascensão impressionante com Silence in the Library, o que me faz confiar cada vez mais em Steven Moffat. É uma proposta instigante e maravilhosa desde o início! A menininha que, ao fechar os olhos, se vê em uma biblioteca imensa e infinita (“No, it’s always different. The Library goes on forever”) e toda a ideia de um mundo, um planeta inteiro, que é uma biblioteca, com TODOS os livros que já foram escritos. O cenário é fascinante, imenso e perfeito, fotografia belíssima em uma ideia fantástica – mas Moffat gosta de brincar, mais do que com essas ideias grandes, com o interessante suspense. E ele faz isso muito bem, nos deixando com medo do escuro novamente. E você achando que tivesse superado isso na infância. “Run. For God’s sake, run! No way is safe”. Todo o suspense e o mistério da própria biblioteca, das sombras, da garota do lado de “fora” já seria PERFEITO, mas ainda é a apresentação de uma personagem interessantíssima com uma história instigante: River Song.
Começa o mistério de River Song. “Hello, sweetie!”
“Spoilers!”
A apresentação de River Song é absolutamente excelente, porque a dinâmica funciona de forma interessante e própria da viagem no tempo – o Doctor a trata com certa desconfiança, não gosta de arqueólogos, mas ela tem sempre um sorrisinho como se estivesse encantada, não de uma forma boba, mas como se achasse fascinante encontrar essa versão do Doctor que ainda não a conhece. Porque é assim que ela se sente. Primeiro encontro deles para o Doctor. Último para a River. E é sensacional! As expressões dela e tudo o mais. Embora seja bastante doloroso quando ela lhe questiona sobre em que tempo eles estão, e percebe que ele não a reconhece. O diário na forma da TARDIS cujas regras dele mesmo não deixam que ele olhe. Spoilers. É genial! Simplesmente BRILHANTE! Um mistério excelente e impressionante para acompanharmos, para tentarmos entender quem é River Song e como ela se encaixa na vida do Doctor. Moffat emplaca seu primeiro grande mistério que dá dicas a respeito de sua época como roteirista da série. Um mistério plenamente resolvido atualmente, mas absolutamente interessante quando fundado, e ainda hoje.
“You’ve only just met him”
“Nope, he’s only just met me”
E, mais uma vez, Steven Moffat está nos ensinando a ter um medo terrível de algo simples. Lembram-se das estátuas na temporada passada? Dessa vez, voltamos a ter medo do escuro. Fique longe das sombras. “Almost every species in the Universe  has an irrational fear of the dark. But they’re wrong. ‘Cause it’s not irrational. It’s Vashta Nerada”. Obrigado, Doctor. Eu adoro a escrita de Steven Moffat, e já dava para saber que anos promissores estavam à frente tendo em vista seus sempre excelentes episódios nas primeiras temporadas. Há todo um suspense bacana que dá um tom mais sério a Doctor Who, um tom que eu gosto, um tom que acompanhou toda a nona temporada que ainda é minha FAVORITA. Além do cenário e de toda a proposta já serem excelentes, há todo um mistério interessante a se resolver, e vale a pena acompanhar esse tipo de episódio. Repetidas vezes. O sentimento é forte no episódio que brinca com a mágoa de River Song, e que traz momentos tristíssimos como a morte da Srta. Evangelista que é de cortar o coração em uma belíssima cena com Donna Noble. Um outro grande mistério: logo depois que Donna diz que vai viajar com o Doctor para sempre (no episódio passado), River olha para ela com uma expressão triste e surpresa: “You’re Donna! Donna Noble!”
O final do episódio é de arrepiar e revoltar. Completamente.
Porque eu amo a Donna! <3
“Donna Noble has left the Library. Donna Noble has been saved”
Sombras. O medo das sombras é intensificado no fim do primeiro episódio quando conhecemos, de fato, o Vashta Nerada – o enxame deles. E você vai dormir uma noite de luz acessa depois de ver esse episódio. Tudo se torna ainda mais eletrizante na sequência do episódio, Forest of the Dead, com a garotinha sendo a única esperança para todos eles: “What I want you to remember is this – and I know it’s hard – the real world is a lie, and your nightmares are real. The Library is real”. Não tinha como não amar, mas eu só pensava: salvem Donna Noble! Vashta Nerada, a origem de todo o medo de escuro tão comum em tantas espécies diferentes. Saídas da floresta. Não há árvores em uma biblioteca. Ou há? É um pouco amedrontadora a maneira como a biblioteca se torna uma floresta de livros que deu origem ao Vashta Nerada, bem como é angustiante ver que Donna Noble se encontra em um mundo no qual todos estão, no fundo, mortos, e não passam de assustadoras projeções que a garotinha, sem entender muita coisa, assiste pela televisão. Com medo de determinadas partes…
Grande parte do episódio centrou-se em Donna. Inicialmente a conhecemos dentro de um outro Universo, com os 7 anos que parecem 70, mas às vezes não parece tempo nenhum e é perturbador, mas ainda assim é bom ver nossa querida Donna Noble viva, de certa maneira. Mantida presa em um mundo que não é real, como a garotinha, e enganada pelo Dr. Moon (uma espécie de antivírus nesse grande computador que é a BIBLIOTECA), que a faz lembrar e esquecer de coisas a seu bel prazer, mas ainda assim viva. Inicialmente achei que eles trariam algo parecido com Human Nature, na qual ela acreditasse que estava realmente internada nesse lugar, com problemas psicológicos e que, nos últimos dois anos, sonhava com o Doctor, a cabine azul, as viagens pelo tempo e espaço… mas é mais na proposta de um sonho mesmo. Um pesadelo assustador. Mas quando ela vê o Doctor como uma espécie de holograma, mesmo que seja rápido, nós sabemos que tudo vai ficar bem. Eventualmente.
Donna Noble recebe uma visita inesperada: Srta. Evangelista novamente. Com um véu cobrindo seu rosto e a realidade dolorosa na qual Donna não quer acreditar embora já tenha desconfiado disso: que tudo ali funciona exatamente como num sonho. São falas absurdamente geniais que explicam esses momentos! “You didn’t get my note last night. You got it a few seconds ago. Having decided to come you suddenly found yourself arriving. That is how time progresses here, in the manner of a dream”. É a partir disso que tudo se desenvolve. Donna precisa entender que tudo é uma projeção, uma criação do computador, que eles todos são os mortos da Biblioteca. [Eu adoro a Donna porque ela diz coisas como “This isn’t me. This isn’t my real body. I’VE BEEN DIETING”] O tom sério do episódio é mantido firmemente, no entanto, como quando as crianças explicam para Donna como é quando ela não está olhando e ela sente a dor de perdê-los quando eles desaparecem, ainda que eles não sejam reais e isso já esteja devidamente provado.
Um incrível episódio de suspense.
Tudo faz sentido com a garota que salvou a todos. 4022 people saved”. E “saved”, não “safe”. Exatamente como um computador. CAL. “CAL is a child?! A child hooked up to mainframe?” Charlotte Abigail Lux. Toda a história da construção da Biblioteca é muito bonita e emocionante, embora nos parta o coração. E o Doctor consegue espantar o Vashta Nerada incrivelmente bem. “I’m the Doctor and you’re in the biggest library in the Universe. Look me up”. Mas isso não importa mais. Importa entender quem é River Song. Quem é aquela pessoa que tem uma chave de fenda sônica que lhe foi dada de presente por ele mesmo. Quem é aquela pessoa que SABE SEU NOME. E mesmo que seja um final lindíssimo para River Song, porque o Doctor a salva, de alguma maneira através da chave de fenda sônica, é incrivelmente triste vê-la se sacrificar para trazer as 4022 pessoas de volta. É triste ver a despedida, é triste vê-la se dar conta de que ele sempre soube como acabaria, e vê-la comentar a última noite na qual ele a levará para ver as Torres Cantantes, chorará, porque sabe que está chegando sua hora de ir para a Biblioteca.
E o Doctor fica devastado depois que River Song se vai.
E eu fico igualmente devastado por ele.
E por Donna, que acha que criou Lee, um cara perfeito para ela que realmente existiu!
Verdadeiras obras-primas da quarta temporada esses dois episódios! *-*

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