The Leftovers 1x03 – Two Boats and a Helicopter


Christopher Eccleston!
O Nono Doctor reverendo Matt Jamison carregou todo o episódio praticamente sozinho, sugerindo uma nova maneira de narrativa que realmente me agradou bastante. Espero que os episódios adotem a medida de acompanhar e valorizar personagens e/ou instituições separadas a cada episódio, porque a quantidade de informação obtidas em episódios como Two Boats and a Helicopter é muito grande, além de termos, enfim, a possibilidade de realmente conhecer essas pessoas e nos aproximarmos delas. Afinal, o reverendo Matt Jamison nunca mais será o mesmo dentro de The Leftovers depois desse episódio tão bem escrito.
Agora a série realmente engatou e nos mostrou ao que veio. Christopher Eccleston é um ator excepcional e conseguiu nos convencer, além de nos manter apreensivos do começo ao fim do episódio, realmente torcendo por ele, nos sentindo agoniados em vários e vários momentos – apesar da vibe meio Lost que eu comecei a sentir, The Leftovers consegue galgar seu lugar na programação, crescendo significativamente. A trama complexa com vários focos interconectados me agrada plenamente, e Matt Jamison não é exatamente quem pensávamos que era, tendo agora muita coisa a ser desenvolvida. Além de uma rivalidade cada vez mais intensa com os GR, que não param de me dar arrepios toda vez que aparecem em tela.
Two Boats and a Helicopter começa com uma pregação dele na igreja, cada vez mais vazia – e entendemos a maneira como ele defende que o que aconteceu naquele dia 14 não foi o Arrebatamento; e eu realmente começo a acreditar que não. Mesmo com todas as sugestões, e a abertura sugestiva, tudo o que ele defende em suas “publicações” são perfeitamente plausíveis. Como aceitar o juiz que recebeu suborno, a menina que vendia drogas, o homem viciado em jogo que gastou todo o dinheiro dos filhos, e o marido infiel como “pessoas que mereceram ir ao Céu”? Difícil acreditar em alguma coisa, o que quer que seja, nesse momento… nossas fés abaladas, não conseguimos decidir ou criar uma teoria para o que está acontecendo.
Família de Matt Jamison é importantíssima. Eu gostei muito de toda a interação, e de como conhecemos sua irmã, descobrimos sobre a igreja que lhes foi deixada, além do incêndio que matou seus pais quando eles ainda eram muito jovens. E a leucemia que o garoto enfrentou ainda muito jovem. Além de tudo isso, e de uma mulher em estado vegetativo graças a um acidente (que vimos no primeiro episódio, na cena de abertura, sem saber quem estava dentro do carro), o banco está ameaçando tirar-lhe a igreja porque alguém ofereceu um valor de US$135.000 por ela – e de onde ele tiraria dinheiro para poder cobrir essa oferta, e ainda pagar a empregada que não recebe há 3 semanas, coitada? Foi comovente, desesperador, e ficamos tensos o tempo todo.
Metade do episódio acompanhou a busca de Matt por dinheiro, e foram cenas incrivelmente bem boladas que realmente adoramos! Os US$ 20.000 enterrados e a cena do cassino teriam valido por todo o episódio, se ainda não fôssemos ter cenas melhores adiante. Toda a agonia de vê-lo apostando e multiplicando seu dinheiro, a tentativa de assalto no carro da qual ele se saiu incrivelmente bem (uma satisfação tão grande tomou conta de mim ao vê-lo espancar aquele homem pelo dinheiro, que me fez pensar no que a adrenalina é capaz de nos fazer fazer) – e aquele infeliz momento em que ele resolve parar o carro e descer para ajudar duas pessoas da GR, ensangüentadas após serem apedrejadas…
Por que ele tinha que ser tão bom?
O que, por outro lado, nos proporcionou a MELHOR cena do episódio, e provavelmente a melhor cena da série até então. Tivemos toda uma sequência viajada da vida de Matt Jamison enquanto ele estava no hospital, desacordado: a igreja cheia enquanto seu pai pregava, ele criança correndo, o diagnóstico de leucemia, a conversa com a irmã enquanto os pais morriam queimados no incêndio; uma cena de sexo com sua esposa que lhe faz lembrar das mulheres da GR, as mãos pegando fogo, e um desespero ao acordar de volta, correndo contra o tempo. Uma sequência belíssima e intrigante, que culmina no prazo expirado há dias, e a igreja na posse da GR… a raiva em seu olhar não deve ser subestimada, afinal já vimos o que aconteceu com quem tentou lhe roubar o dinheiro!
Muito bom episódio, aguardando por mais coisas como essas! O melhor da série até então, devemos seguir agora esse ritmo parecido com Lost, com tramas centradas e conectadas, enquanto respostas nos são dadas a cada episódio, e uma infinidade de outras perguntas surgem. Adorando, realmente adorando a série!

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