Vencer o Desamor – Ariadna na casa de Bárbara

Guerra constante.

Ariadna tem que lidar com muita coisa sozinha, sem o apoio do marido e com condenações absurdas e constantes da sogra. Recentemente, ela descobriu que o filho vive com autismo, e Eduardo tem se mostrado cada vez mais uma pessoa desprezível em toda essa história… em um processo de negação, ele diz que o filho “fala, estuda e não está doente”, e Ariadna explica, então, que não é uma doença, é uma condição neurológica, e tem muita coisa que ele pode fazer, mas ele precisará do apoio deles. Mal-educado com o médico, Eduardo não entende que Tadeo precisa de ajuda, apoio e terapia, e ainda briga com Ariadna dizendo que não quer que ela diga que o filho deles é “especial”, e dizendo que eles não têm dinheiro para ficar pagando médico.

Mas ele tampouco quer que Ariadna volte a trabalhar.

“Vencer o Desamor” é uma novela e tanto, e Ariadna é uma protagonista excelente. Eu gosto muito de como a novela apresenta sua trama através de uma personagem perfeitamente carismática, e de como ela não nega as características do gênero, mas como a proposta da franquia “Vencer” está sempre presente, com a novela levantando discussões a respeito de problemas que mulheres enfrentam constantemente. Aqui, conhecemos uma mulher que é responsabilizada sozinha pelo filho e que não tem o menor apoio quando Tadeo, por exemplo, tem uma cena fortíssima na escola: incomodado com o barulho do aquário, ele joga uma cadeira nele… dói ouvir a Ariadna se sentindo culpada, sentindo que “precisava ter percebido antes”, porque essa é uma cobrança que sempre cai sobre a mãe.

Mas gosto de como há quem lhe diga que ela é mãe, não especialista nem adivinha.

O que importa é que, de agora em diante, eles sabem o que Tadeo tem e o que fazer.

Eduardo não é apenas um marido ruim e um péssimo pai – ele também é uma pessoa sem qualquer caráter. Quando descobrem que ele está roubando há meses da empresa em que trabalha, ele é demitido em uma cena impactante, e mandam ele devolver todo o dinheiro ou então ele será denunciado para a polícia… enquanto isso, Bárbara está correndo o risco de perder a casa que foi hipotecada para ajudar Eduardo. Para Ariadna, Eduardo conta a história à sua própria maneira, diz que “pediu demissão” e anuncia que eles precisarão “cortar gastos” e que, para isso, talvez eles devessem ir morar com Bárbara. Ele usa a desculpa de que a mãe está sozinha depois da morte de Don Joaquín, também, para tentar impor essa ideia tanto a Ariadna quanto a Bárbara.

As duas se detestam, e ambas sabem disso… dividir uma casa é a pior coisa que poderia acontecer a elas. E Bárbara, em todos os seus defeitos que também nos revoltam, diz a Eduardo que aceita a ele e ao neto em casa, mas não a Ariadna – e diz que, longe da mãe, “talvez o seu neto possa ser educado melhor”. Tudo isso é tão REVOLTANTE. Mas Ariadna nunca aceitaria isso: nem Bárbara nem ninguém vai separá-la do seu filho. É absurdo como Ariadna não diz nada demais e é uma excelente mãe, mas Bárbara constantemente se volta contra ela e “exige respeito”, como se não fosse ela quem está sempre sendo a desrespeitosa. Também é revoltante como Bárbara negligencia a condição do neto e acusa Ariadna de estar “justificando a má criação dele com essas ‘doenças modernas inventadas’”.

Sério, Bárbara tem um longo caminho para nos fazer gostar dela.

Está muito difícil por enquanto.

Com a pressão do marido e sem ter muito mais o que fazer, Ariadna acaba dando o braço a torcer e vai “se desculpar” com Bárbara, o que é uma atitude muito nobre de sua parte, e que eu jamais teria: nunca foi a Ariadna quem errou, sempre foi a Bárbara, mas Ariadna está tão disposta a não ter uma relação infernal com a sogra que aceita se submeter a isso mesmo que não seja justo… e ainda tem que aturar o deboche de Bárbara, que a recebe perguntando se “não tinha sido ela que disse que nunca mais ia pôr um né naquela casa”. Quando Eduardo, Ariadna e Tadeo se mudam para a casa de Bárbara (!), as provocações e comentários ácidos e desinformados de Bárbara se tornam constantes: “É o cúmulo que a mãe dele não saiba educá-lo”.

Quando Bárbara, meio a contragosto, aceita ajudar Ariadna a conseguir uma vaga para Tadeo em uma escola inclusiva que será melhor para ele, porque Bárbara conhece a mãe da diretora da escola, temos um vislumbre da possibilidade de uma Bárbara melhor – mas que não dura nada. Bárbara acaba brigando com a amiga de longa data por algo que não tem a mínima relação com Ariadna, mas depois ela se volta contra a nora e diz que “perdeu uma amiga de toda a vida por causa dela”, e voltamos ao pé de guerra inicial, com a Bárbara dizendo a Ariadna que ela tem que parar de “exageros” e de dizer que o neto “tem uma condição especial”, então percebemos que o caminho é mesmo longo… Bárbara tem muito a aprender durante “Vencer o Desamor”.

Enquanto Ariadna está sendo uma mãe incrível e fazendo de tudo pelo bem de Tadeo, conseguindo que a diretora da escola se comprometa em ajudá-la a encontrar opções para ele já que não pode abrir uma vaga na escola, Eduardo está sendo o pior pai que Tadeo poderia ter… Eduardo tenta obrigar o garoto a jogar futebol, mesmo que não seja o que ele quer, e tira o dinossauro da sua mão, o que faz com que ele perca o controle, enquanto outros meninos, extremamente maldosos, ficam rindo e debochando de Tadeo. É uma cena angustiante de se assistir, na verdade. Ariadna até tenta explicar para Eduardo, depois, que com Tadeo as coisas não podem ser à força e precisam ser programadas, mas ninguém aprende se não estiver disposto a aprender.

E Eduardo não está.

 

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