Overcompensating (Muito Esforçado) 1x07 – Welcome to the Black Parade
“You didn’t misread anything… I was scared. I still
am. I’m trying to figure it out”
Enquanto
Grace estava cantando “Welcome to the
Black Parade” no karaokê e Benny estava beijando um homem pela primeira vez
no banheiro daquele bar, só tinha uma coisa em que eu conseguia pensar: ARTE.
Que cena espetacular, que episódio incrível, que série maravilhosa! O penúltimo
episódio dessa temporada de “Overcompensating”
nos leva a um Dia de Ação de Graças na casa dos pais de Benny, com a presença
de Carmen, e são tantas camadas ali! Temos a Grace sendo praticamente ignorada
pelos pais, o Benny pressionado a interpretar o personagem ao qual ele ficou
preso durante tantos anos e está se libertando só agora, a Carmen sentindo-se
acolhida e vista como ela não se sente na sua própria casa… é tanta coisa ao
mesmo tempo em um roteiro excelente!
A casa de
Benny é uma espécie de “santuário” para ele, mas isso não é tão “bom” para
Benny como Carmen pode pensar em um primeiro momento… o santuário é realmente
para ele ou para aquela versão de Benny da qual os pais se orgulham, e que nem
existe de verdade? Estar de volta ali e longe da faculdade e tudo o que ela
timidamente o está proporcionando parece levá-lo de volta a quem ele era (a
quem ele fingia ser), e isso é parcialmente sufocante. Estar ali, no entanto,
também traz de volta memórias de algo que aconteceu pouco antes de ele ir
embora para a faculdade… algo que vimos brevemente em flashes durante a temporada, quando ele e Sammy quase se beijaram
dentro do carro – e, agora, Carmen vê uma foto dos dois juntos em um
porta-retratos.
O episódio
também explora mais de Grace e segue dando à personagem profundidade, como
descobrimos que ela tem há muito tempo, apesar de sua apresentação ter sugerido
outra coisa – propositalmente, que fique claro, porque aquela primeira imagem é
o que Grace projeta, o que ela quer que os outros vejam e pensem sobre ela, mas
não necessariamente quem ela realmente é. E é tão curioso acompanhar a
inesperada aproximação de Grace e Carmen, porque nunca pensamos que elas
pudessem ser tão parecidas… que elas pudessem se entender tanto, mas elas se
entendem. Carmen entende o que é viver em um “santuário” para o seu irmão no
qual ela parece invisível, e essa é uma dor em comum que, de uma maneira ou de
outra, as aproxima.
Todas as
cenas e todos os diálogos de Grace e Carmen são perfeitos… não sei se pode
durar, porque não sei qual vai ser a reação de Grace quando descobrir que
Carmen dormiu com o Peter e tudo o mais, embora isso seja coisa do passado, mas
nesse momento eu curti as cenas das duas juntas. Amei o diálogo das duas sobre
o quarto de Grace, sobre por que as pessoas a chamam de “Disgrace”, sobre ser
escrota ou uma vadia órfã, e tudo culmina no momento em que Grace sobe ao palco
para cantar “Welcome to the Black Parade”
porque Carmen a incentiva a fazer isso… e é um verdadeiro espetáculo, com a
Grace dando o melhor show de sua vida, com direito a jogada de cabeça,
coreografia erótica com o microfone e a plateia indo à loucura com tanta
entrega.
A
“tradicional saída na noite anterior ao Dia de Ação de Graças” também traz
surpresas para Benny… e um momento importante para ele, mais um passo na
direção correta. Benny está assustadoramente parecido com aquela versão
mentirosa que ele fingiu ser durante toda a vida, mas em parte ele está nervoso
em ver o Sammy ali no bar, e ele tem a escolha de continuar fingindo ou não
quando o Sammy vem falar com ele com um sorriso no rosto. Inicialmente, ainda
movido mais pelo medo do que qualquer outra coisa, Benny finge que nem o tinha
visto, quando é óbvio que ele o tinha visto sim, mas é um processo, e um
processo pelo qual ele passa naquela noite…em algum momento, ele diz a si mesmo
que chega de encenar o tempo todo, que está na hora de fazer algo.
Então, ele
vai falar com Sammy de volta. E QUE SEQUÊNCIA DE TIRAR O FÔLEGO!
Primeiro,
Sammy pede desculpas por aquele dia no carro, e ele diz que “entendeu tudo
errado”, e então assistimos à cena completa do carro pela primeira vez… e eu
senti como se tivesse levado um soco no
estômago. Depois do aparente flerte, da risada de Benny e da aproximação de
Sammy para um beijo, Benny o empurrou em pânico, perguntou o que ele estava
fazendo, o chamou de “bicha” e desapareceu. Foi medo, mas foi extremamente
doloroso e cruel. Agora, ele precisa consertar a m*rda que fizera, e não apenas
com Sammy, mas com ele mesmo… porque ele não estava mentindo só para o Sammy,
mas para si. Então, ele confessa que Sammy não “entendeu tudo errado”, e é
muito forte a maneira como ele diz que ele estava assustado… e que ele ainda
está…
Mas ele está tentando entender tudo.
“I think about you… all the time. […] And for the
record, Lady Gaga IS sexy… and so are you”
Eu gosto de
ver o Benny tendo coragem de dizer o que pensa e o que sempre quis dizer em voz
alta pela primeira vez, e de como ele leva Benny para o banheiro daquele bar e
eles se beijam. É um beijo intenso, revelador e extremamente significativo… é o
primeiro beijo de Benny que realmente
importa – o primeiro beijo que realmente
encaixa. A cena é lindíssima, tanto pelo desejo experimentado pelos dois
quanto pelo conjunto de cenas que fazem parte da história de Benny e que
culminam todos naquele momento… naquele momento em que ele é ele mesmo. Há
tanto naquele beijo, e sinto que o Benny sai daquele banheiro uma pessoa diferente. Quer dizer, se por
puro medo ele xingou Sammy há alguns meses, agora ele o defende publicamente no
bar quando o xingam.
Ele apanha e
termina com dois olhos roxos, é verdade, mas o que importa é o que ele fez!
Os
acontecimentos do episódio levam a um jantar de Dia de Ação de Graças tão
caótico e absurdo quanto “Overcompensating”
sempre mereceu. É tanta coisa vindo à tona em volta daquela mesa que eu assisti
à cena toda mais ou menos como a Carmen, em completo silêncio para não ser
notada, se perguntando o que estava acontecendo – e eu ri da Carmen perguntando
se eles devem “falar pelo que eles são gratos” quando ela e Benny sobram
sozinhos na mesa depois da explosão do pai, a ressaca de Grace, as verdades de
Kathryn, os desafios de Benny… mas Benny não conta que ele é gay, não ainda.
Achei que ele contaria na cena final com a mãe, mas embora ele não o faça, a
cena me pareceu sugerir que ela já sabe
e está esperando que ele fale sobre isso.
Gostaria
muito de ver isso. Mas Benny está dando passos importantes e eu estou orgulhoso
dele!
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