Doctor Who – Uma Aventura no Tempo e Espaço


Que maneira mais EMOCIONANTE de ver Doctor Who. As lágrimas rolando.
C.S. Lewis meets H.G.Wells meets Father Christmas. That is the Doctor” “Doctor Who?” foi nesse momento que eu soube que William Hartnell era e tinha que ser o Primeiro Doctor – aquele que deu origem a tudo isso, aquele que vamos amar para sempre por sua brilhante interpretação de um dos personagens mais icônicos da televisão. Eu adoro Doctor Who, essa é uma série que vive comigo e que me faz incrivelmente bem, uma série que eu digo, com toda a certeza, que eu amo mais do que qualquer outra série nesse mundo. Porque a grandiosidade de Doctor Who e a maneira emocionante como ela conversa comigo, com os telespectadores em geral… é inigualável. E assistindo a esse filme de 2013, em meio a todas aquelas belíssimas comemorações de 50 anos em um dos momentos mais memoráveis da série, o que eu posso sentir é apenas um amor, um amor grande demais para ser explicado. Você ri, se emociona e chora…
Porque Doctor Who sempre foi isso!
O filme, Uma Aventura no Tempo e Espaço, é uma dramatização que nos leva de volta a 1963, ao começo e importante nascimento de Doctor Who. Foi uma idéia que surgiu do nada e foi levada adiante, e que quase fracassou mas não o fez porque existia muita gente que acreditava fortemente no que estava fazendo, e não estava disposto a deixar isso desmoronar, porque acreditavam no imenso potencial que a série tinha. E isso envolve uma produtora extremamente competente e forte, que é Verity Lambert, e William Hartnell, o primeiro Doctor e a cara original do programa, que tinha seus altos e baixos mas que era extremamente competente e atencioso. O que me deixou embasbacado foi o tamanho do amor que essas pessoas sempre apresentaram pelo programa, o mesmo amor e cuidado que hoje nós temos com ele, mas que eram ainda muito mais essenciais naquela época, quando Doctor Who ainda precisava se fixar como um programa de grande sucesso.
E como foi um grande sucesso.
Como É um grande sucesso. E provavelmente sempre vai ser.
Uma Aventura no Tempo e Espaço começa anunciando o nome do personagem, o Doctor, e buscando um ator que pudesse interpretá-lo – alguém que desse ao personagem um tom de velho rabugento, mas ainda assim com algumas peculiaridades que fizessem a audiência gostar dele de verdade. E William Hartnell é contratado para um primeiro Piloto que não é exatamente o que ninguém esperava – com um Doctor ríspido demais, as coisas parecem não funcionar realmente. Mas eles reescrevem. Eles reescrevem e conseguem uma história e um clima muito bom, e uma estréia muito fraca, porque o período coincide com o assassinato de John F. Kennedy, e os noticiários tomaram conta, e nada mais parecia conseguir chegar ao público além dessas notícias… então mesmo com um Piloto excelente, Doctor Who estava verdadeiramente ameaçado de sair do ar, com apenas quatro episódios. Doeu ouvir o “Kill it, Sydney. Kill Doctor Who”.
Então surgem os Daleks.
Foi uma transição rápida do quase fracasso ao sucesso absoluto, e a série cresceu estrondosamente. Sydney Newman não queria robôs ou monstros com olhos de inseto em seu programa, mas Verity apareceu com o roteiro sobre os Daleks acreditando profundamente nele – e eu a amei profundamente, e ali mais do que nunca (embora eu tenha adorado sua exigência da reprise do primeiro episódio antes do segundo, para que as pessoas pudessem ver sem a sombra do assassinato de Kennedy), por ter defendido os personagens com tanto afinco! A paixão comovente dela explodia em suas palavras enquanto explicava o que eram os Daleks, e não teve como negar-lhe uma chance, porque a intensidade de suas palavras era verdadeira demais para ser ignorada. E foi um sucesso. Os Daleks foram um sucesso em sua primeira aparição. “Hey everyone, meet the Daleks” “Creepy, aren’t they? Actually, it’s really creepy”.
Quando ela vê os garotos no ônibus sendo Daleks, gritando “Exterminate!”
…FIQUEI TODO ARREPIADO!
A popularidade do programa foi quase instantânea. No segundo episódio, esse que apresentou os Daleks, eles tiveram 10 milhões de espectadores, e o programa ganhou uma chance que nunca mais foi perdida – os pais chamavam os filhos para ver o programa que estava começando, todo mundo estava interessado, e foi perfeitamente recompensador ver todo o esforço gerando resultados. A repercussão foi gigantesca. “We’ve really got something here. They love us”. William Hartnell andava pelas ruas sendo identificado como o “Doctor Who”, precisava assinar autógrafos o tempo todo, mas ele era completamente gentil e legal com as crianças, e isso fazia toda a diferença! Ele praticamente era o Doctor, e ele amava aquilo mais que tudo. E então a atriz que interpreta a Susan resolve partir do programa, William Hartnell sofre visivelmente com isso, e as coisas começam a mudar…
“No one knows how long this is gonna last. No one is irreplaceable”
A teoria da substituição.
Foi realmente doloroso ver o sofrimento constante de William Hartnell, mas a sua força e profundo amor pelo programa que não o deixava desistir de nada daquilo. “He loves the program, he is so proud of it”. Ele era a cara de Doctor Who, muita gente dependia dele e as crianças o amavam, e ele não queria deixar nada daquilo. Mas a idade foi cobrando dele, o tornando mais lento, com dificuldades para decorar as falas, muito mais “rabugento” como o personagem inicialmente era, e então Verity deixou o programa e basicamente apenas ele restou do Doctor Who original… as pessoas novas pareciam não se preocupar com peculiaridades como o fato de o botão para abrir a porta estar do outro lado. E nós admiramos imensamente William Hartnell por seu conhecimento do personagem e do programa, e por sua preocupação pelos detalhes que o tornaram tão memorável. Aquilo era parte (grande parte) criação dele também!
Adoro o respeito com que ele tratava Doctor Who.
Por esse motivo, foi de partir o coração totalmente assistir à finalização do filme. Nada doeu mais do que ver que ele queria continuar, de uma maneira ou de outra, mas a BBC tinha outros planos que envolviam retirá-lo do programa e substituí-lo por outro ator. Um novo Doctor. E então surge a regeneração, como uma necessidade para que o programa pudesse continuar no ar… até hoje. Mas ele agiu com maturidade, ele entendeu, mas ele SOFREU imensamente. Quando substituído por Patrick Troughton no papel do Doctor, ele puxou um David Tennant em casa, com a esposa: “I… I… I don’t want to go”. Pronto, todas as estruturas se desmoronaram, as lágrimas caíram e o sofrimento tão real na voz dele era de nos destruir. Foi muito forte, muito impactante, e então eles nos apresentaram um Matt Smith chorando emocionado ao olhar para ele, agradecendo, apenas com o olhar, pelo legado. Matt agradecia William pelo legado, William agradecia Matt por fazer parte da eternização do programa, Matt sentia a mesma dor por também estar partindo de Doctor Who
Desculpem-me, lágrimas demais para continuar aqui.

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