Amor em 4 atos – “Folhetim” e “As vitrines”


Começando por Folhetim. Bem, o que eu vou dizer? Repetir que eu gostei bastante do primeiro episódio e os outros já não me parecem assim tão bons? Bem, para quê? Esse, definitivamente, foi um episódio menos inocente, o mais ousado até agora; e aqueles que gostam de falar que as produções nacionais apelam sempre à sexualidade, está aí um prato-feito. Sim, foi um episódio mais sensual e tudo o mais, mas ainda assim, foi um episódio para se apreciar. E, aqueles que querem cair matando em cima desse, vou falar minha opinião: foi um belo tributo ao trabalho de Chico Buarque.
E agora, quem não conhece, procurem ouvir à música Folhetim (ou ao menos procurem por sua letra na Internet), e prestem atenção. Depois, apenas comparem com o episódio. É, é bem isso o que eu estou tentando te falar. Pode ter apelado à sexualidade, sim, mas a história foi muito da essência da letra da música, inegavelmente. E acho que a série está tomando caminhos absurdamente diferentes em cada episódio, nos mostrando o Amor em muitas formas, de vários ângulos. E isso é um elogio. De maneira incrível, a trama trouxe à tona a realidade do “achar que é amor” e do “se acostumar um ao outro”, momento em que se deixa todo o resto de lado, abandona-se a vida por uma coisa que não existe mais, e talvez nunca tenha existido.
Atores, atores. Vladimir Brichta tem aquele seu lado cômico, tem um carisma interessante. E mesmo sem fazer “palhaçada”, ele estava bem em seu papel. Meio sem noção em algumas partes, mas ainda assim muito bem (a frase que o marcou foi “eu acho melhor não”). Alinne Moraes já deu a entender o final do episódio mesmo antes, mas talvez muitos nem tenham percebido. De qualquer maneira, mesmo que eu não seja muito fã dela, ela estava bem também. Já Camila Morgado podia ter aparecido mais, porque realmente gosto dela, mas infelizmente, foi apenas uma pequena participação especial.
Agora para falar sobre As Vitrines. Foi um episódio bom; confesso que quando vi o que seria, não fiquei muito satisfeito. Não pude deixar de pensar coisas como “mas de novo eles?”, e confesso que esperava por uma nova história. Mas o foco do episódio foi tão diferente, que quase podemos dizer que foi uma nova história. Tá, tudo bem, não foi. Mas foi diferente e bom, foi. Dessa vez, ficou mais de lado a sensualidade, e nos aprofundamos em cada um dos personagens. Continuamos com o sofrimento de Ary (sem mudanças), mas vimos muito mais de Vera; a cena do cemitério já deixou claro que ainda havia nela muito a ser explorado. E a cena da lanchonete, antes do reencontro, foi cômica na medida certa.
Vimos mais de Ana, um personagem bastante interessante (quase com um final trágico, mas deu tudo certo), e sua ótima piada em “Como se chama o rio que passa em Roma, amor?”; ela teve seus momentos muito bons. Em se falando de piadas, deve-se mencionar o corretor de imóveis, a porta do apartamento (tirada ótima de Ary em relação ao desconto) e Vladimir Brichta, claro.
E assim, Amor em 4 atos foi finalizada (com apenas 3 histórias, que fique bem claro), e no saldo geral, aprovei. Qual episódio foi meu preferido? Não preciso dizer, mas é claro que todos tiveram suas qualidades, e tem o seu valor. Gostei, gostei mesmo; para quem ficou curioso e quiser, provavelmente se encontra na internet. Quanto a mim, já vi e não é necessário ver tudo de novo, mas podem assistir sem medo (a não ser que tenha outra coisa muito importante a fazer, não deixe de fazê-lo).

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