Lincoln Center / Passeio no futuro / Museum of Natural History


Jeff's Log, Stardate... 5 de Janeiro de 2015
 
Sério, que frio é esse?
 
Não que esteja mais frio do que nos outros dois dias que eu tive em Nova York, não é isso. É só que eu passei mais frio que nos outros dias. Olhei a previsão do tempo, um pouquinho mais quente que ontem, fiquei todo inocente: "Ah, não vou colocar cachecol hoje". Tudo bem, eu vou dizer que o cachecol não fez falta. Ontem ele me apertou tanto no pescoço que eu decidi tirar um dia de folga dele. Okay, eu estava com moletom grande por baixo da jaqueta, a toca em volta do pescoço serviu perfeitamente bem. Não é disso que eu estou reclamando. O que eu estou reclamando é da minha burrice tremenda de esquecer no hotel as luvas. Quer dizer, eu sinto muito frio nas mãos, e ainda não usei as luvas nenhuma vez em Nova York. Por quê, Jefferson? Só me explica o PORQUÊ!
 
Então sim, paranoico como sou, em algum momento eu achei que nunca mais sentiria nada com minhas mãos.
 
Deixando essa experiência sensorial terrível de lado. Fui primeiramente ao Lincoln Center. Sabe, aquele que é o maior complexo para Artes Perfomáticas do mundo! E foi ótimo, porque eu não fiquei apenas andando lá aleatoriamente, eu escolhi aquele tour. Então eu podia entrar em lugares que não poderia sozinho, e sabia exatamente o que eu estava vendo. E eu estou ficando realmente encantado como as pessoas aqui são simpáticas. Pelo menos é o que parece. Não sei porque, mas eu realmente não tinha na mente a visão de americanos tão simpáticos e prestativos, e talvez seja só porque eles estão lidando com turistas... mas não, teve gente nada simpática, então aqueles simpáticos são só pessoas realmente boas espalhadas por aí. Como tanta gente legal na bilheteria, que conversa, que sorri, que parece realmente interessado em você. E aquela senhorinha do Lincoln Center no balcão de informações, que antes de me encaminhar à venda de ingressos me perguntou se eu era estudante, e de onde eu era; eu disse que era estudante, mas não tinha nenhum comprovante, mas ela toda prestativa disse que ela poderia fazer um ingresso de estudante para mim.
Viu como as pessoas podem ser legais?
 
Passear pelo Lincoln Center foi maravilhoso. Era aproximadamente 1h15 de tour guiado, e visitamos um total de três prédios. Eu queria ficar mais em todos os lugares. Não só porque estava quentinho e eu sentia minhas mãos, mas porque tudo era muito lindo. Primeiramente, o “Alice Tully Hall”, um lugar tão bonito que não dava vontade de deixá-lo. Ele é meio que um teatro para qualquer coisa no Lincoln Center – até mesmo para premieres de filmes. Segundo o guia, a premiere de Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban aconteceu ali. Enfim. Todo o ambiente belíssimo, e ficamos sentados no mezanino vendo algumas pessoas trabalharem... me deu vontade de assistir alguma coisa sentado no mezanino. E eu realmente nunca tive essa vontade antes. Depois o Avery Fisher Hall, com toda uma história de erro de construção e dano à acústica do local, assim eles acabaram com esse nome... histórias à parte, é a casa da Philharmonic de Nova York.
E por fim, o mais bonito e maravilhoso dos três destinos: METROPOLITAN OPERA HOUSE. Primeiramente porque pudemos andar sob o complexo do Lincoln Center – afinal não se pode entrar pela entrada principal, fechada àquela hora da manhã. Todos os complexos são interligados, e entramos pelo backstage, o que foi uma experiência bastante legal. Mas lá dentro era a mágica... todo aquele carpete vermelho que cobria não só o chão como as paredes, aquela sala para quem chegasse atrasado poder ver o primeiro ato, aquele lustra futurístico mais bonito que tudo... aquela escadaria. Tudo aquilo era tão grande, tão bonito, tão interessante! E um ensaio de ópera estava acontecendo naquele momento, no maior dos espaços do Lincoln Center. E nós tivemos a chance de acompanhar por aguns minutos. Escutar aquela ópera sendo ensaiada. As músicas, a dramatização, tudo aquilo... que vontade de sentar e assistir uma ópera. Quem sabe eu ainda não consiga? Haverá sessões bem cedo de Aida, que podem se encaixar com meus horários de Broadway.
 
E CADA ASSENTO TEM UM VISOR DE LED PARA PROJETAR LEGENDAS. Sim, isso é demais!
 
Não visitamos a casa do New York Ballet, e eu queria tanto assistir a um balé aqui. Mas todas as temporadas já acabaram e voltam depois que eu já estiver em casa. Queria tanto ver a produção desse grupo de Romeo and Juliet, imaginam como isso seria lindo? Sua cara, Renato, certeza que você ia adorar! Mas não vou ver sem você, até porque eu não posso, não estará passando kk Também não visitamos o campus da Julliard, e seria querer demais isso, mas eu bem que gostaria de ter visitado, porque é uma universidade. Eu me sentiria bem ali, queria poder ver como é, como funciona... será que tem alguma maneira de fazer um tour especificamente ali?
 
Saindo do Lincoln Center, eu peguei o metrô – o metrô de Nova York não é tão fácil quanto o de São Paulo; você não pode entrar em qualquer estação e esperar sair no seu destino; não há conexões suficiente, mas eu aprendi a me virar, enquanto não saio das linhas 1, 2 e 3 – e fui para a 79th Street. Ah, que maravilha. Ali acho que foi a melhor parte do meu dia; porque ontem eu achei que estava aproveitando Nova York, passeando pela Times Square. Estava mesmo, mas era tão típico de turista. Eu sou um turista aqui, e aquele lugar é lindo, mas foi tão maravilhoso caminhar pelas ruas mais calmas e silenciosas daquelas redondezas, com casas, e árvores, e ônibus escolares... aquele tipo de lugar onde a Rachel e o Brady cantaram A Change Would Do You Good, ou onde Jeremy Jordan tirou fotos para The Last Five Years. Aquele lugar tão fofo e tranquilo, bonito e aconchegante, onde você poderia morar no futuro, com seu marido e uma criança, pegando um daqueles ônibus escolares para estudar...

Que coisa mais linda.
 
Meu almoço, sinto que esse tipo de coisa deve ser registrado. Eu estava quase com frio demais para comer, e eu ainda escolhi uma carrocinha de rua ao invés de um lugar aconchegante e quentinho. Mas é que foi o primeiro lugar que eu vi, perto do Museu, e já fiquei por ali. Lembram-se do que eu falei sobre a comida ser melhor? Tenho certeza de que o hot dog não se encaixará nessa regra, e me pergunto se os americanos realmente gostam disso ou eles continuam fazendo isso para turistas; mas eu não comi um hot dog, ainda, porque eu estava com fome demais para isso. O hot dog será apenas experiência. Comi um tal de Philly Cheese Steak, porque na foto estava bonito. E QUE DELÍCIA. É um lanche simples parecido com nosso churrasquinho, que é uma delícia realmente. Comi com as mãos congeladas, sentado num banco, no parque, próximo ao Central Park. Vendo a entrada, eu só conseguia pensar no Doctor, Rory e Amy lendo um livro.
 
American Museum of Natural History. É um lugar tão imenso que é quase assustador. Você entra em uma sala e tem cinco possíveis saídas, e você escolhe uma aleatoriamente com medo de deixar alguma para trás. São zilhões de galerias espalhadas em cinco andares. Resultado? Você confere constantemente o que cada andar tem, vendo aquilo que você não encontrou e voltando para procurar. Lutando para entender aquele mapa, enquanto acha algo que te parece interessante. E é isso. Tem muita coisa bonita, e é imenso, mas eu teria aproveitado mais se fosse um estudante de biologia, por exemplo. Fiquei com as partes mais fáceis de agradar: como os mamutes gigantes, os mamíferos em tamanho natural, tão lindos, a imensa baleia azul, que era magnífica, os fósseis de dinossauros que são tão lindos, mas talvez apenas porque eu sou realmente apaixonado por dinossauros... estava tudo muito lindo, mas eu já estava cansado, e rezando para voltar para casa. Terminar esse texto, entrar na banheira e relaxar um pouquinho, e daí deitar para conversar com o meu amor antes de sair para Mamma Mia!
 
Mas eis que minhas caminhadas resultam em algo. É tão bom caminhar aqui em Nova York! Melhor ainda com cachecol e luvas, mas enfim. Achei uma loja tão encantadora de roupas de frio para crianças, QUE EU FIQUEI APAIXONADO. Mãe, ainda nenhum casaco para você, mas achei um casaco tão lindo para a Thayla... pelo menos eu achei fofo. E bem quentinho, ela só vai usar em Julho aí! Tinha umas lindas roupas de meninos, mas para quem eu ia comprá-las? Pro Tomás? Andando, também encontrei um sebo... ah, que delícia, um sebo. A minha casa. Não comprei nada, mas também não olhei por muito tempo. Me interessei por uma versão hardcover de Catching Fire por 10 dólares, e algumas versões hardcover de Chronicles of Narnia. Vários livros, DVDs, VHS [!] e vinis por 1 dólar cada.
 
Agora vou descansar, me arrumar e partir para a Broadway novamente. Hoje é noite de Mamma Mia!, e eu estou com ingressos realmente muito bons. E estou muito animado. Vi pela internet, uma vez, mas depois nunca mais vi o musical... não sei ele inteirinho, embora tenha visto o filme inúmeras vezes. Vai ser uma boa experiência. Vou pensar em algumas pessoas enquanto estiver lá. Minha mãe sempre amou Mamma Mia, quero só ver quando começar a tocar SOS. E amor, nós vimos Mamma Mia! juntos e você adorou tanto não foi? Depois eu conto para vocês como foi. Quanto à postagem oficial de Mamma Mia, ela não demorará tanto para vir ao blog, já que sua versão para o On Broadway já foi publicada (e você pode ler aqui). Assim, eu devo postar esse texto no fim desse mês, ou começo de Fevereiro, no máximo! Fiquem atentos.

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