“A Sociedade do Anel” mais mágica do que nunca!

Chegou o momento de falar sobre O Senhor dos Anéis, essa obra-prima escrita por J.R.R.Tolkien e adaptada para o cinema muitos anos atrás, numa das maiores trilogias de todos os tempos, vencedora de muitos Oscars (desculpa, não vou parar agora para contar quantos foram, mas foram muitos, muitos mesmo). Eu gosto demais do Senhor dos Anéis; nem sempre gostei, me apaixonei pela obra há mais de um ano, antes disso não era muito chegado. Bem, quanto tempo eu perdi, não foi? Pelo menos não sofri, como muitos fãs, pela novela do Hobbit (não tanto tempo quanto os fãs mais antigos, mas sofro agora), não sofri pela novela do lançamento das edições estendidas dos filmes aqui no Brasil. Por incrível que pareça, esse ano o lançamento de tal edição finalmente aconteceu. Ano passado, após ler e assistir aos filmes (sim, eu os comprei duplos), tomei conhecimento dessa edição com cenas excluídas, estendidas, e quatro DVD’s. Sonhei com o dia em que compraria isso, achei que nunca aconteceria. E bem, aconteceu. Agora eu já tenho minhas versões estendidas dessa trilogia fantástica, e já posso falar sobre elas aqui para vocês.
Bem, tem gente que não gosta de Lord of the Rings, acha muito longo, não gosta do fim porque não tem fim, ou acha difícil de entender. E é assim. Acontece que não tem que ter fim, é uma trilogia, é uma história só. O início está na Sociedade do Anel e o fim está no Retorno do Rei; nem todos os filmes podem ter um “fim”. Longos? Realmente, felizmente. São livros muito densos, com muita coisa, é necessário que o filme seja longo para se fazer jus ao que se espera quando você lê o livro. E difícil? É, não posso discordar. Nunca tente assistir um Senhor dos Anéis (que seja o II ou o III) sem assistir os que vêm antes; já são difíceis de entender mesmo tendo assistido todos, imagina sem assistir? E realmente, você precisa prestar muita atenção, nada de distrações. Se você está assistindo ao filme, você está assistindo ao filme. Para quê se distrair? Mantenha o foco. Vale a pena. Mas para quem não leu o livro, realmente o filme se torna complicado. Eu não o considero difícil, uma vez que conheço a história através do livro, mas acho compreensível quem tem certa dificuldade.
Agora, para aqueles que leram, aqueles que são fãs de verdade (e eu sou um deles), o filme é magnífico, lindo. Você assiste Senhor dos Anéis, e quando chega ao fim, não está cansado. Você quase se pega triste porque o filme acabou. Porque o filme é tão lindo, tão bem-feito (principalmente considerando que é de anos atrás), tão mágico, que não tem como não gostar dele. Nessa versão estendida da Sociedade do Anel (só vi esse ainda, calma pessoal), temos 30 minutos de cenas adicionais ou estendidas. Desconsiderando os créditos finais, temos mais de 3 horas e 20 minutos de filme. É muito filme! Você fica meio paralisado com tanta coisa. É incrível.
A Sociedade do Anel é o que mais me encanta; não sei qual a razão, talvez seja a inocência que ainda paira sobre esse filme. A atmosfera, de certa maneira, ainda é mais leve, ainda tem um tom de calma. A coisa começa a ficar realmente feia daí para a frente. Não é que não tenha momentos tensos nesse filme (porque há, acredite), mas Frodo descobrindo sua jornada, o início de toda a aventura, é algo que me cativa muito, me deixa maravilhado. Amo ver o Condado, e os hobbits em suas vidinhas tão normais, tão calmas. Acho que é um bom contraste com o que virá depois; nos faz entender como era boa a vida de Frodo, e como tudo muda quando ele vira o Portador do Anel. As cenas iniciais do filme são tão fofas, tão lindas, que eu amo assisti-las repetidas vezes. A chegada de Gandalf, sua relação com os hobbits, a festa de aniversário de Bilbo Baggings, os fogos de artifício. Tudo, tudo me encanta.
O Frodo é bem diferente no filme do que a imagem que ele me passou quando eu li o livro (é, eu li o livro antes de assistir ao filme). Achei o Frodo muito mais maduro, mais consciente de si, mais um líder no livro do que ele foi no filme. Sim, ele sempre confiou em Gandalf e gostava de seguir o que ele lhe dizia, mas mesmo assim, ele tinha um quê que dava a entender que ele sabia se virar sozinho se fosse necessário. Acho que no filme ele foi tratado mais como uma criança, ou como um adolescente, que de uma hora para outra recebe um fardo enorme e se vê cheio de responsabilidade, sem saber o que fazer. Não questiono a idade do ator que fez o Frodo, mas vou dizer que no livro ele tem 33 anos (digo que não questiono o ator porque a aparência de um hobbit aos 33 pode ser aquela mesmo, é a maioridade deles). Mas acho que o tratamento dado a Frodo no livro foi mais madura e nos fazia acreditar mais no personagem. São apenas comentários, afinal achei o personagem Frodo, no filme, encantador. A gente simplesmente aprende a amá-lo, porque ele tem uma inocência, ele cativa.
Esse DVD já começa com uma versão estendida da introdução falando sobre o Um Anel. Logo em seguida temos Bilbo escrevendo seu livro (“Lá e de Volta Outra Vez”), na parte “A respeito de hobbits”, que encontramos no começo do livro da Sociedade do Anel, antes do primeiro capítulo. Achei uma cena muito legal. Também gosto muito de todas as citações que são feitas durante o filme de “O Hobbit”, e só quem o leu sabe exatamente a que se referem; é legal ver Moria, é legal ver Bilbo contando suas aventuras na festa de aniversário. É legal, após a partida de Bilbo, ver Gandalf pensativo em frente à lareira, enquanto ouvimos a voz de Bilbo repetindo as famosas palavras “He’s mine… my own… my precious”, e então o mago diz “Charadas na Escuridão”, que é o nome de um dos melhores capítulos de O Hobbit. Temos uma cena extra no aniversário de Bilbo, em que ele conversa com Frodo, um tom bem melancólico, mas uma cena bonita. Ver Gandalf se dando conta de que o anel de Bilbo é o Um Anel é algo que sempre me encantou, a maneira como ele intercepta Frodo e pergunta se “ele está em segurança” e tudo o mais, é tudo muito bonito de se ver. Depois, temos a luta Saruman versus Gandalf, que ficou linda.
O Um Anel
Ver Pippin soltando a língua no bar (e causando problemas pela primeira vez) foi legal, e é quando Frodo coloca, acidentalmente, o anel pela primeira vez, sendo a cena mais famosa do filme e da trilogia, sem dúvida alguma.
Cena cinematográfica mais famosa da obra, sem dúvida
É aí também que vemos Aragorn pela primeira vez, silencioso e solitário em um canto, fumando seu cachimbo, observando os hobbits. Acho que talvez a idéia dos cineastas fosse nos deixar pensando se ele era ruim ou não, mas alguma coisa parecia dizer que não, ele não era. Talvez fosse minha cabeça dizendo: “Você leu o livro, você sabe que ele não é ruim”, sei lá. É legal vê-los chamando-o de Passolargo, e só descobrimos seu verdadeiro nome em Valfenda, e de quebra descobrimos toda sua importância, sendo herdeiro de Isildur e tudo o mais.
A cena em que Frodo coloca o Anel pela segunda vez, quando é atacado pelos Nazgûl é uma das minhas preferidas. Amo ver a “real forma” dos Cavaleiros, e o ferimento que Frodo sofre. Achei a interpretação de Elijah incrível nessa parte. A perseguição dos Nazgûl quando ele está a caminho de Valfenda também merece destaque. A interpretação foi tão boa e a cena tão bem bolada, que mesmo que eu saiba que tudo vai dar certo, me dá uma angústia, cada vez que a vejo.
Em Valfenda, vemos, novamente (pela primeira vez depois do Condado) mais cor no filme. Acho que é uma cena que dá uma aliviada no clima pesado que vêm se formando no filme. É legal rever Bilbo, ver Gandalf livre. É esplêndido ver Bilbo tentando pegar o anel novamente, e momentaneamente se assemelhando a Gollum, cena muito bem pensada, muito bem feita, e muito legal de se assistir, gosto demais dela. A cena do Conselho me faz feliz. Acho a cena muito importante, e feita de uma maneira que te prende, que te fascina. É legal ver o começo das brigas entre Gimli e Legolas; é legal ver Gimli tentar destruir o Anel; e é comovente ver a expressão de Gandalf quando Frodo se oferece para levar o Anel até Mordor. Então se forma a Sociedade do Anel (e o disco I acaba nessa versão). Temos mais de um disco porque há inúmeras opções de comentários em áudio.
Finalmente, a "Sociedade do Anel"
No segundo disco, logo no começo temos duas cenas novas, e a grande maioria das demais são estendidas. Por exemplo, temos a Sociedade partindo, coisa que não tínhamos visto antes, e é uma cena bonita. É legal todos seguirem Frodo e ele “Mordor, Gandalf, is it left or right?” “Left”. Eu ri.
Cena excluída na versão para os cinemas, a partida da Sociedade
Vemos mais Saruman, quando ele atrapalha a Sociedade obrigando-a a passar por Moria. Eu amo toda a cena de Moria, desde sua entrada até a “morte” de Gandalf. Acho a parte “Fale ‘amigo’ e passe” (tá, não lembro as palavras exatas) legal; ver que Balin está morto, ver o ataque e Frodo quase morrer, ver a Sociedade sendo cercada por orcs, mas “salvas” pela Sombra, tudo isso é demais. A cena em que eles tentam chegar a ponte (com a quebra da escada e tudo) é bonita de se assistir, eu fico de boca aberta. Gandalf contra o balrog na ponte Khazad-dûm (e a célebre frase “You shall not pass!”) é comovente. Mesmo que eu saiba que Gandalf voltará nas Duas Torres, ainda acho uma cena triste.
"You shall not pass!"
E em Moria, uma cena me marca mais que tudo, é uma conversa entre o Frodo e Gandalf. Longe de mim comparar Gandalf e Dumbledore, afinal eu seria caçado e morto por fãs; e eu concordo, realmente não faz sentido compará-los (Dumbledore é demais, mas Gandalf É O CARA!), mas ambos tem seus momentos em que falam coisas bonitas. E no momento em que Frodo vê Gollum, e Gandalf explica que ele está seguindo eles a três dias, o hobbit diz que ele merece morrer, e que Bilbo deveria tê-lo matado quando teve a chance. Então o mago responde: “Muitos que vivem merecem morrer; alguns que morrem, merecem viver. Você pode dar vida a eles?”. Chega a arrepiar, apenas ao pensar nessa cena.
Temos depois Lothlórien (muito menos cativante que Valfenda, na minha opinião), e Galadriel; a cena em que Frodo lhe oferece o anel é incrível. E temos nesse filme mais do que deveríamos, pois vemos o início de As Duas Torres já (o primeiro capítulo). A morte de Boromir, o sequestro de Pippin e Merry, tudo era material para o segundo filme, mas achei interessante acabar daquela maneira, pois deixou bem clara a divisão da Sociedade, e para onde cada membro estava rumando. Temos Sam e Frodo em direção à Mordor. Merry e Pippin seqüestrados. Gimli, Legolas e Aragorn em busca dos hobbits. Boromir morto e Gandalf, a princípio, também.
Acho extremamente bonita a relação entre Sam e Frodo; afinal Sam está cuidando de Frodo a mando de Gandalf, mas nota-se que não é apenas isso; Sam realmente ama o “Sr. Frodo”, a amizade dessa dupla é muito bonita de se ver. E no fim do filme, quando Frodo tenta partir sozinho, isso fica mais que evidente. É legal ver Sam entrando na água para segui-lo, mesmo sem saber nadar. A cena que se segue, no barco, então? É muito emocionante. Os atores estão de parabéns, definitivamente.
Devo ainda dizer que a edição estendida vale a pena? Estou ansioso por assistir aos demais filmes e ver como eles ficaram. Achei cada cena estendida, ou cada cena adicionada, demais, porque nos dá mais um gostinho de Senhor dos Anéis. Como disse, A Sociedade do Anel me fascina, mas em questão de ação e tensão, temos muito mais disso nos próximos filmes. Cada um é especial a sua maneira. O que importa é que a trilogia é magnífica e certamente merece um lugar especial nas nossas prateleiras de DVDs.

Comentários

  1. Há tantas coisas boas que vivenciamos e sempre tem aquele desejo de experimentar novamente como se fosse a primeira vez. É exatamente o que senti ao assistir a versão estendida. Ver as cenas cortadas do original, foi como ver o filme pela primeira vez. Amei!

    Allef Christian

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