Boots 1x03 – The Confidence Course
Desafio e superação.
Passo raiva?
Ocasionalmente. Mas isso não quer dizer que eu não esteja AMANDO essa série, e
a maneira como ela é mais complexa do que um primeiro olhar pode sugerir. “The Confidence Course” é o terceiro
episódio de “Boots” e Cameron Cope
segue tentando sobreviver no treinamento para se tornar um fuzileiro naval –
não, mais do que sobreviver: ele está disposto a mostrar que aquele é, sim, seu
lugar, e eu gosto de ver como a cada episódio isso fica mais evidente… para ele
mesmo e para os demais. Além do desenvolvimento de Cameron, a chegada de um
novo recruta chamado Santos Santos e os questionamentos sobre a amizade de Cam
e Ray, o episódio também nos provoca com o mistério do Sargento Sullivan e nos
dá notícias de Barbara.
Quando
enfrentam uma tempestade forte e precisam ficar ilhados dentro do alojamento,
os recrutas descobrem que os seus superiores têm ideias o suficiente para não
os deixar ociosos e sem treinamento mesmo que não possam ir para o lado de
fora… eles são colocados para limpar o quartel até que ele esteja brilhando, e
quando o Sargento Sullivan recebe uma carta misteriosa que parece o afetar
profundamente, ele entra no dormitório com mais raiva do que nunca e desconta
toda a sua raiva nos recrutas. É revoltante a cena em que ele joga lixo no
chão, desfaz camas, vira beliches, desarruma malas e faz isso enquanto grita e
todos os recrutas precisam escutar em silêncio e imóveis, para logo em seguida
arrumar toda aquela bagunça…
A maneira
como o Sullivan parece detestar o
Cameron não é nenhum tipo de paranoia do próprio Cameron. É evidente que ele presta mais atenção nele do que o normal…
enquanto faz todo aquele estrago no dormitório, Sullivan fala sobre como alguns
deles não podem mudar e são “ervas daninhas em seu pelotão, que ele precisa
eliminar”: ele diz isso olhando para o Cameron. Toda a história de ele ter sido
colocado como líder de pelotão em substituição a Ray depois da “eliminação” de
John é uma espécie de teste… Cameron Cope está sendo constantemente testado,
por superiores e colegas, e a maioria duvida dele. Cheguei a me perguntar se
Ray duvidava, se ele estava ressentido, mas tudo me leva a crer que não – e eu
estou feliz por isso.
Toda a dúvida, no entanto, acaba se tornando
uma motivação para Cameron – ele quer provar que todos os que duvidaram dele estão errados. Ele é sabotado por
Sullivan durante a maior parte do Curso de Confiança. Ele fica sentado na
primeira prova, e é obrigado a se soltar na água na segunda, embora a estivesse
cumprindo, e ele está indo bem na escalada que é a terceira prova… até que o
seu cadarço fique preso porque ele o trocou com outro recruta que disse que era
sua responsabilidade como líder ou qualquer coisa assim… quando todos percebem
o que acabara de acontecer, ganhamos dois momentos maravilhosos: primeiro, o
Ray saindo do grupo impulsivamente e se voluntariando a ajudar, o que é muito
fofo; depois, o próprio Sullivan subindo para auxiliar.
Por alguns
segundos, eu me permiti ter esperanças… mas, de qualquer maneira, o episódio
deixou muito claro que o Sargento Sullivan é mais complexo do que sugere.
Quando ele sobe para ajudar o Cameron, ele parece humano pela primeira vez, e o ouvimos falar de uma maneira que
nunca ouvimos antes enquanto tira a bota de Cam e depois tira a sua perna de
onde está quase presa para que ele possa descer… lá embaixo, no entanto, ele
macula isso tudo quando lhe pergunta se “não tem viado no seu esquadrão, o que
ele ainda está fazendo ali”. É pesado de se assistir, e isso afeta o Cameron…
naquela noite, no entanto, ele consegue fazer cocô pela primeira vez na semana,
e ele ganha uma nota 10/10 e é anunciado como vencedor do “Desafio da Bomba
Marrom”.
Não pergunte.
Destaque
para o sorriso de alegria e orgulho do Ray enquanto o Cam é ovacionado!
O
questionamento do Sargento Sullivan e o inesperado “reconhecimento” de seus
companheiros parecem dar forças a Cameron na prova final na Câmara de Gás
Lacrimogênio. Esse é outro momento chocante e angustiante de “Boots”, e a série se sai bem ao nos
mostrar aquela crise de pânico de Mo Mason que o impede sequer de começar a
prova, e isso afeta o Ochoa, de quem ele tinha se aproximado… frente à
desclassificação de Mason, o Sargento Sullivan faz um discurso sobre como “ele
vai para casa um covarde” e como aquela é uma prova na qual o tamanho não quer dizer nada… a cena parece uma
cena cruel de tortura. A entrada dos recrutas com as máscaras, a liberação do
gás, o momento em que eles são forçados a tirar as máscaras…
É
angustiante, tenso… mas é o momento de Cameron Cope. Depois de alguns segundos,
Sullivan manda os recrutas saírem, e eles saem depressa, vomitando do lado de
fora, mas Cameron propositalmente fica para trás: ele quer provar que ele aguenta. É um desafio, e primeiro o Sullivan
grita com ele dizendo que “mandou sair”, mas Cam se mantém firme e a voz e a
entonação de Sullivan é outra
completamente diferente quando fala para ele sair algum tempo depois: está
na voz dele o reconhecimento do esforço e da força de Cameron, e o próprio
Cameron percebe isso, percebe que ele
conseguiu dizer o que ele queria dizer… então ele sai. Não sabemos tudo o
que se passa na mente de Sullivan naquele momento, mas há algo de surpresa e
reconhecimento ali…
E é muito bom de se ver isso.
Em paralelo,
também temos um pouco de Barbara Cope – a mãe que, convenhamos, nunca se
importou tanto assim com o Cameron. Toda a história lhe traz algum envolvimento
com o gostoso do Sargento Pitowski
(eu já o achava lindo em “Agents of
S.H.I.E.L.D.”, mas ele está muito mais lindo agora, nossa!) e o convite
para um grupo de mães cujos filhos também foram para o exército ou para a
marinha… o seu discurso, no entanto, faz parecer que seu filho morreu, e ela não tem a oportunidade de desmentir isso…
nem a oportunidade nem a vontade, porque isso a ajuda a vender cosméticos e
essa é sua principal motivação, no fim. Confesso que fiquei com o coração
apertado quando ela risca o início de carta que estava tentando escrever para o
filho para usar a folha para anotar pedidos…
É como se ela realmente não se importasse.
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