Sítio do Picapau Amarelo (1979) – O Curupira: Parte 1
“Diacho de boneca maluca!”
Eu AMO a
maneira como o “Sítio do Picapau Amarelo”
traz histórias do nosso folclore de uma maneira bastante lúdica, envolvente,
divertida e deliciosa de se assistir… “O
Curupira” é a segunda história da temporada de 1979 do programa e, escrita
por Benedito Ruy Barbosa, foi originalmente exibida entre 17 de abril e 11 de
maio, em 20 capítulos, e tudo começa porque a
Emília está incomodada com o fato de o Pedrinho “ter um Saci” e ela não ter um.
A história conta com ensinamentos da célebre Dona Benta e do sábio Visconde de
Sabugosa, bem como traquinagens inconsequentes de Emília, a Marquesa de Rabicó,
que prometem colocar aquele sítio de
pernas para o ar e, de quebra, conhecemos novas figuras do nosso folclore
no capoeirão dos taquaruçus.
O Saci
Pererê também está tendo uma pequena crise
de identidade, por assim dizer… em uma conversa com a Cuca, a jacaroa chama
o primo de “degenerado” e se recusa a contar seus próximos planos, porque ele
fica sabendo das maldades e “vai contar para o pessoal do sítio”. E, de fato, o
Saci começa a se perguntar se ele está perdendo a sua essência… o pessoal no
Sítio de Dona Benta não parece mais ter
medo dele, por exemplo, e ele passa a se sentir “um Saci de meia-tigela”.
Então, enquanto o Pedrinho resolve fazer “uma festa de aniversário” para o seu
amigão no dia seguinte (não é o aniversário dele, mas “faz-de-conta que é”), o
Saci começa a agir de forma estranha, porque ele quer provar, mais para si
mesmo do que para os outros, que ele é um
saci de verdade…
Emília trata
a sua esquisitice como “sacizite aguda”.
É justamente
aí que começa a ambição da bonequinha de pano… ela acha um absurdo que todo
mundo fale do Saci como “o Saci do Pedrinho”, então ela começa a “dar um
jeito”. Primeiro, ela pede que o Visconde construa uma chocadeira elétrica para saci, e parte para o taquaral com um
serrote na mão (!), em busca de um gomo de taquara que tenha um sacizinho
dentro e que ele possa chocar no Sítio do Picapau Amarelo para ser seu e só
seu… o problema, é claro, é que Emília é uma
ameaça à mata com aquele serrote na mão, e o Curupira não fica nada feliz
com qualquer pessoa que corte árvores… até mesmo o Saci Pererê sabe que a
bonequinha pode estar se metendo em uma confusão – “Diacho de boneca maluca! Ela num sabe com quem que foi bulir!”.
Enquanto no
Sítio do Picapau Amarelo a Dona Benta e a Tia Nastácia estão preparando a tal
“festa de aniversário” para o Saci e o Visconde está em seu laboratório construindo
a chocadeira elétrica que a bonequinha pediu, Emília está em confusão na mata –
e é através dela que somos apresentados à forma de agir do Curupira. Emília
tenta ir embora com o seu gomo de taquara com sacizinho dentro, mas ela percebe
que está andando em círculos, porque
o Curupira faz com que as pessoas se percam dentro da mata… quando ela passa
pelo mesmo lugar pela terceira vez, ela encontra pegadas que imagina que podem
levá-la para fora, mas, pelo contrário, a levam cada vez mais para dentro da
mata… afinal de contas, o Curupira tem os pés virados para trás justamente para
isso!
A festa
surpresa para o Saci, então, acaba sendo suspensa enquanto a Emília não estiver
de volta… ele aparece no Sítio quando tudo já está pronto, mas ele avisa que a
bonequinha pode cair nas mãos do primo Curupira e fica decidido que, sem ela,
não vai ter festa: a prioridade é ir
atrás da bonequinha e a resgatar. O problema, é claro, é que Emília não vai
sair da mata enquanto não for autorizada pelo Curupira… as crianças andam e não
a encontram; elas gritam seu nome e a bonequinha até os escuta, mas não
consegue encontrar o seu caminho até eles, completamente perdida na mata.
Quando as crianças retornam para o Sítio sem sucesso na missão, Dona Benta, Tia
Nastácia e o Visconde de Sabugosa contam histórias sobre quem é o Curupira…
Enquanto
isso, Emília passa a noite na mata.
Na manhã
seguinte, Emília finalmente não está mais
sozinha… ela conhece um indígena chamado Ajuricaba, e os dois meio que se
tornam amigos, conversam, contam histórias um ao outro, mas Emília não sabe se
ele vai ajudá-la a sair da mata, porque ele “não quer conversa com o Curupira”.
De todo modo, os dois começam a caminhar juntos enquanto, em outra parte da
mata, o Pedrinho, a Narizinho, o Visconde e o Tio Barnabé empreendem uma nova
busca à bonequinha desaparecida por causa de um gomo de taquara. E ainda que a
bonequinha tenha cortado ilegalmente um gomo de taquara com sacizinho dentro,
ela não tem o coração ruim como o de caçadores que estão invadindo a mata
naquele mesmo momento para roubar madeira e palmito…
Ajuricaba
fica claramente contente em ver que a
bonequinha “perde a fome” frente a possibilidade de matar um animal indefeso
para comer, e é aí que as coisas começam a mudar e que Emília descobre que não
vai ficar presa ali para sempre… através de Ajuricaba, Emília faz um trato com
o Curupira: ela pode sair e pode levar com ela o gomo de taquara com sacizinho
dentro (mesmo que ela seja advertida de que ela pode se arrepender dessa
decisão), mas em troca precisa trazer comida para o Curupira… algo preparado
sem pimenta e sem alho – o que não deve ser um problema para a bonequinha, já
que ela tem a melhor de todas as cozinheiras no Sítio do Picapau Amarelo!
Finalmente livre, Emília reencontra seus amigos… mas outra parte da história se inicia!
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de Luz
Primeiramente muito obrigado por ter atendido ao meu pedido 😃 e ter feito a postagem desse episódio maravilhoso do sítio do picapau amarelo, tenho certeza que você irá adorar vê-lo e eu também irei adorar acompanhar as suas análises.
ResponderExcluirEstou gostando bastante de assistir mesmo! Ainda não terminei, mas acredito que terminarei essa semana, para deixar os 4 textos prontos, como sempre. Que bom que você está por aqui, espero que goste dos textos!
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