It: Welcome to Derry (It: Bem-Vindos a Derry) 1x05 – 29 Neibolt Street
“Are you an
anchor or a life boat?”
A APARIÇÃO
DE PENNYWISE E O PODER DO PROTAGONISMO. Exibido originalmente em 23 de novembro
de 2025, “29 Neibolt Street” é o
quinto episódio da primeira temporada de “It:
Bem-Vindos a Derry”, e é facilmente o melhor episódio da série até aqui:
gosto demais da construção do suspense, gosto da “excursão” aos esgotos sob
Derry onde a Coisa vive, embora eu fique pensando que parece meio absurdo que
tanta gente tenha entrado de bom-grado lá e tivemos
apenas uma morte – e que nem foi pela Coisa. De todo modo, vale o que as
crianças já perceberam desde o episódio anterior: o que vive em Derry não quer
matá-los e pronto; ela quer deixá-los assustados
antes, porque de alguma maneira ela se alimenta do medo que eles sentem…
O episódio
usa vários elementos na construção de uma narrativa consistente que funciona
bem com momentos de terror e construção do suspense para o que quer que ainda
esteja por acontecer… os nativos responsáveis pelo aprisionamento da Coisa
sabem que algo está por acontecer, na mudança já percebida nos moradores de
Derry, e é o que eles chamam de Augúrio: aproxima-se um evento grande,
traumático e sangrento que marca o fim de um ciclo, depois do qual eles terão
27 anos de paz e tranquilidade. Sobreviver a esse ciclo, agora, é a questão, e
eles precisam lidar com os militares liderados por Francis, uma figura do
passado distante de Rose, que acreditam que podem “colocar uma coleira” na
Coisa que vive aprisionada em Derry.
Enquanto os
militares se preparam para ir até à Rua Neibolt, 29, onde está uma entrada para
o subterrâneo de Derry por onde eles podem se mover em busca dos “Pilares” que
aprisionam a Coisa, as crianças recebem uma visita inesperada no lugar secreto onde se reúnem: Matty. A aparição de um
Matty pálido e assustado é suspeita, e sua aparência é apavorante, mas as
crianças escolhem acreditar no amigo que fugira uma vez e que ameaça fugir
novamente se eles resolverem envolver a polícia nisso tudo – afinal de contas,
ele “prefere voltar para os esgotos do que ser levado de volta para casa”. O
grupo também ganha oficialmente a companhia de Marge, que agora sabe que Lilly
estava dizendo a verdade e que se arrepende de não ter sido uma boa amiga…
Lilly,
felizmente, não enfrenta muitas consequências pelos eventos do episódio
anterior.
Hank Grogan,
em paralelo, está sendo levado para Shawshank – e se a transferência for
concluída, pode ser que ele não tenha tempo de sair de lá com vida… ele
consegue escapar quando o transporte é atacado e se juntar a Ingrid, que vai
ser a responsável por contar tudo a Charlotte e envolvê-la nessa trama ainda
mais do que ela já está envolvida. Leroy, no entanto, está tentando “proteger”
a família depois de ter uma vaga noção do que é que eles estão caçando em
Derry, afinal de contas. Ele leva Charlotte e Will, a esposa e o filho, para
morarem com ele na base, e Will precisa escapar dizendo que “vai dar uma volta”
para poder se juntar aos amigos… afinal de contas, eles precisam dele, e se
eles vão atrás da Coisa, ele também vai estar com eles.
Ele também é parte disso.
Assim, “29 Neibolt Street” é um episódio
construído para levar dois grupos grandes de personagens para os esgotos sob Derry
e para preparar todo o cenário para a primeira aparição da Coisa na sua forma
de Pennywise – E O EPISÓDIO SE SAI MUITO BEM EM TODA ESSA SEQUÊNCIA DE SUSPENSE
E AÇÃO. As histórias, aparentemente paralelas e independentes, acabam sendo
unidas por detalhes como o amuleto entregue por Rose a Taniel e que é derrubado
quando ele sai correndo para fugir dos militares que o querem usar, bem como o
conhecimento de seu povo, ou quando Leroy quase atira no próprio filho porque
foi instruído a não acreditar em nada do que ele visse ali embaixo e atirar em
qualquer coisa que “não devesse estar ali”.
A busca dos
militares pelos Pilares é quase ingênua, e inteiramente estúpida. Eles
acreditam que podem mesmo capturar e usar
a Criatura, enquanto ela brinca com
cada um deles ali embaixo. A Coisa mira inicialmente em Dick Hallorann,
tirando-o de sua realidade e o levando para algo amedrontador na presença de
projeções de seus avós e uma caixa que não deveria ser aberta, enquanto Leroy e
Pauly começam a lidar com visões de coisas e pessoas que não deveriam estar
ali… a Coisa aparece usando a forma de Charlotte, por exemplo, o que rende uma
cena excelente, e é um prelúdio ao que veremos mais tarde, quando Leroy vê
Will, o Will de verdade, e acha que é
outra manifestação da Coisa e tenta atirar nele – ele teria matado o próprio
filho se não fosse por Pauly.
Pauly se
sacrifica para salvar Will.
As crianças,
por sua vez, entram corajosamente no covil da Coisa – também há um quê de
estupidez, mas é uma estupidez de coragem e de heroísmo e não de ganância e
ânsia de poder, como dos militares. Lilly, Marge, Will, Rich, Ronnie e “Matty”
descem dopados com os remédios da mãe de Lilly, o que os deixa um pouco grogues demais… a ideia é que
os comprimidos “inibam o medo”, do que a Coisa se alimenta, mas eles acabam tomando uma dose grande demais que deixa
a cena quase engraçada – ou tão engraçada quanto ela pode ser, na circunstância
atual. Quer dizer, eu acabei dando risada de toda aquela conversa de Rich e de
Marge e da reação deles quando os outros percebem que eles estão de mãos dadas, ou da Lilly falando do gás que usaram
nela uma vez…
Até que as
coisas fiquem muito, muito sinistras
– e ganhemos a melhor sequência do episódio! É como se as crianças fossem
despertadas de seu torpor no momento em que veem, na água ao redor deles, os
cadáveres das crianças que eles conheceram antes… crianças como a Susie e como o Matty. Aquele é o momento em que fica
claro que o “Matty” que os têm acompanhado nunca foi o Matty de verdade, e ele se transforma no Pennywise em uma cena
sinistra e com efeitos muito bons, que dão início a uma perseguição na forma mais clássica da Coisa nos filmes de “It” e, consequentemente, em “It: Bem-Vindos a Derry”. Lilly acaba
ficando separada dos demais, e ela sobrevive por “pura sorte”, por “poder do
protagonismo” ou por “conveniência do roteiro” que está separando algo pior para ela…
De todo
modo, ela quase é devorada, e é salva pelo amuleto derrubado antes por Taniel.
Um episódio
de TIRAR O FÔLEGO!
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