Boots 1x07 – Love is Battlefield
“No matter
where you are, act like you belong”
Mais um
episódio profundamente intenso. “Love is a Battlefield” é o PENÚLTIMO
EPISÓDIO da primeira temporada de “Boots”
e as coisas parecem estar mudando para Cameron Cope: ele finalmente tem um crush que parece ter potencial para se
tornar algo real, pela primeira vez
em sua vida, e ele está se saindo muito bem no acampamento militar, mais do que
a maioria das pessoas achou que ele se sairia… às vésperas de começarem o
treinamento de combate corpo-a-corpo, no entanto, há quem acredite que Cope
“chegou ao seu auge” e “não passará dessa semana”. Sullivan é excessivamente
duro, mas talvez com o coração no lugar
certo, e ele tenta fazer com que Cameron crie uma “casca dura” para lidar
com tudo o que precisará lidar ali e na vida…
Então, ele resolve garantir que “ele vai
conseguir”.
A série é,
como eu já comentei várias vezes, muito mais séria e profunda do que eu
imaginei que seria. E antes que tudo se torne absurdamente caótico e
desesperador, gosto de como ela quase
parece leve quando Cameron parece estar “vivendo uma fantasia” com Jones, o
recruta que foi enviado para o Pelotão 2032 após a morte de Eduardo Ochoa. Sua
consciência fala sobre como ele é uma
delícia (ele é) e como é claramente queer
(tqmbém), e eu gosto de como Jones é ousadamente provocador… não apenas de uma maneira sensual no que se refere a Cameron, mas de modo geral, porque ele
tem a capacidade de ser afrontoso, ao mesmo tempo em que aparenta facilidade
para “se encaixar” e para sair de situações que poderiam ser bem complicadas.
Quando Ray
vai para a enfermaria porque está passando mal desde que tomara o Suco de Jesus
feito por Hicks, Cam precisa encontrar outra dupla no treinamento de
camuflagem, e é assim que ele e Jones acabam juntos andando pela mata e
construindo algo que Cameron nunca teve antes… a conversa se torna um jogo de
“verdade ou desafio” delicioso no qual Jones fala sobre como o seu recrutador era
lindo, o que mexe com Cameron porque ele vai ficando cada vez mais certo de que Jones também é gay, e ele pergunta a
Cameron por que ele estava mexendo no seu arquivo e o que ele quer saber…
porque o que quer que ele queira saber não estará no seu arquivo. Então, Jones
é direto, e pergunta a ele como está
sendo ser gay no acampamento militar.
Inicialmente,
Cameron parece a ponto de se fazer de desentendido… mas por quê? Então, ele
responde com sinceridade: “Exaustivo”.
Eu amo a cena dos dois falando abertamente sobre ser gay no acampamento
militar, sobre os momentos de banho e tudo o que eles veem e sentem, sobre como
tudo ali é extremamente gay – o Jones dizendo que basicamente a única coisa que
eles não fornecem é lubrificante, e Cameron nem
sabe o que é isso. É ali que Jones percebe o quanto o Cameron tem a aprender – ele não tinha reparado, no
entanto, em quem é Sullivan, e como ele é claramente alguém no armário. Então,
eles fazem uma espécie de pacto que promete que eles estarão juntos ali dentro…
talvez o Cameron precisasse de alguém como o Jones.
Talvez ele
precise evoluir sozinho…
Cameron está
vivendo e descobrindo muita coisa, e gosto de como sua expressão muda, de como
ele dá sorrisos furtivos, de como conhecemos
o que se passa dentro dele. Achei muito bonita e muito excitante a cena do
banho, com os olhares de Cameron ao corpo desenhado de Jones (a curva da bunda
é de tirar o fôlego!), e Jones sabe que ele está olhando… ele provoca. Na madrugada, quando Cameron resolve se masturbar pela
primeira vez no acampamento militar porque Jones lhe perguntara sobre isso,
Jones desce da cama de cima do beliche e faz uma pausa como se estivesse convidando Cameron a segui-lo…
e Cameron o faz. Percebemos quase tarde demais que não é um convite – Jones
está tendo um dos episódios de sonambulismo listados em seu arquivo.
É meio
decepcionante, mas eu dei uma risada sincera.
Ray, por sua
vez, reencontra a garota “perfeita” por quem talvez tenha se apaixonado na sua
primeira visita à enfermaria do acampamento. Encontrá-la pela segunda vez nessa
situação é curioso – ou, quem sabe, obra do destino. Os dois compartilham
algumas cenas muito boas, falando sobre céu, sobre anjos, sobre cocô, sobre o
pai de Ray… talvez o Ray estivesse precisando
daquela conversa porque ele precisava conhecer alguém que “não acredita em
erros”… não porque eles não existam, mas porque ela não acha que exista “uma
versão certa de nossa vida a ser vivida”. Eles são diferentes de uma maneira
bacana, e Ray fica sonhador achando
que conheceu a mulher da sua vida e
tudo o mais – e só depois se dá conta de que nem sabe seu nome.
Sullivan,
enquanto isso, está lidando com a ausência de Wilkinson, um sentimento de culpa
e a infelicidade que o acompanha por negar quem é e o que sente para fingir ser
o que não é e se encaixar dentro das forças armadas. O sentimento de culpa é
intensificado quando ele recebe a confirmação de que foi o seu comentário sobre
Wilkinson que motivou a denúncia contra ele, e é algo que mais cedo ou mais
tarde também explodirá em sua direção. Temos cenas muito marcantes sobre isso nesse episódio, como a reação de Sullivan
quando descobre que Wilkinson foi preso
– e ele faz uma espécie de discurso para os recrutas naquela madrugada – ou a
cena em que ele liga para a Fajardo para perguntar se foi a tatuagem, porque eles têm uma igual.
A lágrima
escorrendo e a emoção marcada na voz dele nessa cena. INCRÍVEL!
Na sua
tentativa de fazer com que o Cameron “sobreviva” a essa semana, ele chama Jones
para conversar… ele fala sobre como “sabe o seu segredo” e como ele parece
querer uma dispensa médica, e ele diz que consegue uma para ele, mas antes tem um trabalho para ele fazer. Jones
está diferente quando ele retorna daquela conversa, e no dia seguinte ele
coloca em prática o que Sullivan pedira que ele fizesse… Jones e Cope são
colocados em dupla para a briga corpo-a-corpo, e Cameron achou que eles tinham
tudo planejado – mas não tinham. Ele é pego desprevenido quando atacado, não só
fisicamente, mas com palavras, quando Jones o manda “parar com a viadagem”. Ele
se sente traído, ele sente que era um porto-seguro ao qual ele estava tentando
se agarrar…
E não existe
mais.
Como foi com
o Nash antes.
É doloroso,
é enfuriante, e é justamente esse o plano do Sargento Sullivan. Ele sabia que,
para passar por essa prova, Cameron precisava de raiva. Ele sabe como despertar o ódio, até porque ele conhece bem o
que Cameron sente. Eu fiquei triste, eu fiquei com raiva de todo mundo, e a
cena fica crescentemente pesada, quando a raiva toma conta de Cameron de uma
maneira que ele parece perder o controle…
movido pelo ódio, ele sobe em cima de Jones e o soca até que Jones não consiga
mais se defender. Ray e outros recrutas mandam o Cam parar e ele segue batendo,
sem se dar conta que Jones já está
desacordado… ele precisa ser tirado
de cima de Jones, para retornar a si com o tempo, e o médico é chamado para
Jones. A atenção de Sullivvan é chamada…
Isso já não é mais apenas “treinamento”.
Para mais
postagens de “Boots”, clique aqui.
Visite também nossa página: Produções
LGBTQIA+

Comentários
Postar um comentário