Sense8 1x09 – Death Doesn’t Let You Say Goodbye


Que episódio FORTE e sentimental. Balanceamento perfeito de drama e sci-fi.
E eu achando que estava entrando nessa jogada toda porque tínhamos ficção científica, eu não sabia o quanto eu estava errado. Esse episódio já começou com um ritmo acelerado, com Riley e Will recebendo visitas de sensates externos, o que desenvolve muito bem a trama ficção científica dos Wachowski, mas sinceramente? O episódio me ganhou com toda a emoção que se seguiu… foi um episódio perfeito, mas de partir o coração. O sofrimento dos personagens era tão palpável, tão real, que eu estava assistindo aos prantos, com um sentimento de pesar gigantesco esmagando o meu peito. Diálogos incrivelmente bem escritos, esse foi certamente um dos episódios com mais força de toda a série. Mas eu gosto desse balanceamento ideal entre o drama e o sci-fi, e como eles sabem fazer os dois com a mesma precisão.
Sobre a parte inicial, muito bem filmada, tivemos um novo termo importante: Psycellium, que os liga entre eles e com os demais sensates – e somos confrontados por um questionamento importante: o quão terrível é a dor de um de seu grupo morrendo? Will e Jonas são apresentados em contraponto com Riley e Yrsa na Islândia. Foram cenas bem sérias e repletas de informação que precisamos de tempo para processar – a cena variou entre a gruta na Islândia, a casa de Yrsa e a casa de Will, enquanto Will e Riley conversam, mesmerizados pelo sentimento forte de um pelo outro – “Amor dentro de um grupo é patológico” – enquanto Yrsa e Jonas falam sobre isso. Além da informação de que todos dentro de um mesmo grupo compartilham o mesmo aniversário [acho que é um conceito bonito o de que todos respiraram, pela primeira vez, ao mesmo tempo], Yrsa nos informa outra coisa…
Que Jonas e Angelica eram traidores.
Aparentemente, tanto Jonas quanto Angelica – amantes assim como Will e Riley estão prestes a se tornar – eram traidores que caçavam sensates como eles para a PBO, dando luz a novos grupos para usá-los contra outros grupos de sensates. O que pode fazer sentido, afinal não sabemos por que razão Angelica resolver dar a luz a esse grupo, pra começo de conversa, e Jonas não é exatamente uma pessoa na qual podemos simplesmente confiar… por outro lado, por que teríamos que confiar tão cegamente em Yrsa sendo que ela nem tinha aparecido antes disso tudo? De todo modo, prece que eles trabalhavam para os Whispers, e se Will está tão conectado com Jonas Maliki como ele parece estar, é apenas uma questão de tempo até que eles cheguem até Riley. Enquanto eu exaltava o enredo da série, eu começava a sentir cada vez mais a participação dos irmãos Wachowski dentro do roteiro… mas eu não esperava que o melhor não estivesse ali.
Nomi e Lito tiveram um dos melhores diálogos feitos em Sense8, que atualmente me deixa ansioso a cada episódio para ver que personagens eles irão juntar para uma cena tão bonita. Eu estava sofrendo loucamente, como Lito, pela partida de Hernando – parece uma dor tão real em mim mesmo, que aquelas cenas do museu me destruíram. Lito sempre foi o mais fraco nas suas conexões com o restante do grupo, compartilhando pouco, mas ele teve um dos momentos mais bonitos na série em seu diálogo com Nomi. A maneira como ele repetia as falas de Hernando para ela, como sentíamos sua dor, seu arrependimento e conjecturávamos sobre sua covardia. Ele falava, e Hernando aparecia dizendo aquelas coisas em seu primeiro encontro. Cada momento maravilhoso era uma apunhalada terrível. Dolorosa. E Nomi estava absolutamente incrível sendo uma ótima companhia para ele… sua história (que ela conta e o cenário muda para a sua casa, porque o momento se torna dela) é igualmente dolorosa, provavelmente ainda mais revoltante, mas ajudou a ser a mulher que ela é hoje, ainda que Lito possa sentir sua dor ao recordar. The real violence – the violence that I realized was unforgivable – is the violence that we do to ourselves when we are too afraid to be who we really are”.
Sério, que sequência toda BELÍSSIMA.
Acho que, mesmo com algumas outras histórias, os personagens em evidência foram Lito e Nomi. O final do episódio foi desesperador e altamente deprimente – mas eu entendia Lito completamente. Eu não sei como poderia suportar estar naquele lugar, no meio daquelas lembranças com Hernando… ele não atender ao telefone, Lito sentir saudade de sua voz… o desespero foi tão real e doloroso! Riley também aproveitou o episódio para recordar uma perda terrível – e eu gostei de como ela e Capheus compartilharam aquele momento. E Sun teve uma provável reconciliação com seu pai. “I hardly slept since you came here” “I’ve never slept so well”. Foi uma cena bonita e emocionante quando o pai lhe disse que nada do que ele tinha fazia sentido sem sua filha, quando pela primeira vez na vida ele mostrou que tem algum tipo de sentimento bom por ela. Meus olhos não encheram de lágrimas, porque eu estava comovido demais ainda com Lito e Nomi, que compartilharam a MELHOR e mais profunda cena do episódio, mas foi bastante lindo ver os olhos de Sun brilharem.
Um episódio verdadeiramente humano, doloroso, real.

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