Sítio do Picapau Amarelo (2005) – As cartas de Narizinho e Cléo

“Alguém tem que internar essa garota! É caso de camisa de força!”

Cléo chegou ao Sítio do Picapau Amarelo dizendo que tinha uma autorização de Marcela para viajar sozinha, e fingindo que estava ligando para a madrasta para dizer que estava tudo bem, mas a verdade, que apenas Narizinho e Emília sabem, é que ela fugiu de casa depois de ser maltratada e constantemente explorada pela madrasta interesseira, e ela não pode ser descoberta, porque já avisou que, se a Marcela aparecer por ali, ela vai fugir de novo… o problema, como a própria Narizinho já falou, é que elas não vão conseguir esconder isso da vovó por muito tempo, até porque Dona Benta está achando essa história toda muito estranha desde o começo: que tipo de pessoa deixa a enteada viajar sozinha para um lugar que ela nem conhece, para passar uns dias com um bando de estranhos? Agora, Dona Benta gostaria de conversar com Marcela

Marcela, por sua vez, está FURIOSA. Ela quer encontrar sua enteada de qualquer maneira, especialmente agora que a rádio a está pressionando e que os prejuízos estão começando a aparecer… Cléo precisa ser encontrada o mais rápido possível. A verdade é que a Marcela é má, como a típica madrasta de conto-de-fadas, e nós ficamos com raiva dela em vários momentos… mas, em parte, ela também sabe ser divertida. Marcela revira o quarto de Cléo em busca de qualquer pista sobre onde ela pode estar, e é aí que ela encontra as cartas de Narizinho, cartas que as garotas trocaram por muito tempo, desde que Narizinho mandou a primeira carta à rádio, como fã, e Cléo a respondeu. “Narizinho, isso lá é nome de gente? Deve ser uma delinquente juvenil, igual a Cléo”. A cena é intensa, e Marcela destrói o quarto de Cléo para encontrar essas cartas.

Agora, ela só precisa de um endereço para o “Sítio do Picapau Amarelo”.

Felizmente, não é tão fácil quanto Marcela podia esperar. As cartas de Narizinho não têm endereço de remetente, e Narizinho parece ter tido o cuidado de nunca falar sobre a localização do Sítio do Picapau Amarelo, aparentemente porque a Dona Benta a aconselhou em relação a isso, ou então “todas as crianças do mundo quereriam ir para lá”. Eu acabei rindo da Marcela reagindo às cartas de Narizinho, e comentando que Narizinho deve ser “uma doida varrida”, e nem dá para julgá-la por chegar a essa conclusão, quando a garota fala sobre uma boneca de pano que fala, um rinoceronte e um burro falante… eu ri, também, da Marcela falando que “para ser amiga da Cléo, ela não pode bater bem mesmo”. “Sabugo de milho cientista? Saci Pererê? Cuca? Alguém tem que internar essa garota! É caso de camisa de força!” Marcela chega à conclusão de que o “Sítio” deve ser um hospício!

Quando Cléo volta ao Sítio depois de ter desaparecido atrás de sua correntinha, Dona Benta a abraça aliviada, e o Pedrinho já aproveita para perguntar se ela falou com o delegado e se foi mesmo aquele garoto que roubou a sua medalhinha, mas Cléo diz que não, e mente que encontrou a medalhinha dentro do ônibus, tinha perdido lá… Pedrinho fica muito feliz por saber que não foi o João da Luz, embora ele tivesse certeza de que não tinha sido, e Cléo cumpre a sua promessa de não dizer a ninguém que viu o João. Agora, no entanto, Cléo vai ter que se preocupar com outra coisa: Dona Benta parece bastante interessada em conseguir o telefone de Marcela, porque “precisa ter uma conversa com essa moça”, e embora Cléo consiga enrolar um pouco, a Marcela eventualmente descobre o telefone do Sítio em uma carta de Narizinho e liga para lá…

E pede para falar com a Cléo.

Então, a Tia Nastácia acaba passando para Marcela o telefone do Sítio!

Eita.

Enquanto isso, no Arraial dos Tucanos, o Coronel Teodorico continua fazendo de tudo para ganhar a eleição, inclusive uma série de coisas desonestas, como distribuir rapadura ou dar pés direitos de botas para o Tio Barnabé e o Zé Carijó, com a promessa de que o outro pé virá depois de ele ser eleito… ele está tão desesperado que ele está até disposto a ficar noivo de Dona Joaninha, apenas porque ela colocou na sua cabeça que ele “precisa de uma primeira-dama”, mas ele faz com ela como com cada um dos seus possíveis eleitores: diz que casamento só depois da eleição e só se ele for eleito. Na verdade, é claro, é mais um dos muitos golpes de Teodorico, que não tem a menor intenção de realmente casar-se com a Dona Joaninha algum dia: “Imagina se eu vou me casar com aquela destrambelhada. Nem que fosse para ser o presidente da república”.

Dona Benta é quem vai ter que chamar a atenção de Teodorico sobre suas “táticas”!

Enquanto Emília, Narizinho e Cléo conversam sobre as coisas das quais ela sente falta da cidade, Cléo diz que só sente falta da rádio, e Emília decide que eles podem ter uma rádio no Arraial dos Tucanos, e então Cléo terá seu programa de volta, e Dona Benta acha a ideia um máximo! Ela até diz que havia uma rádio no Arraial antigamente, e que era da família do Coronel Teodorico, então ele ainda deve ter todos os equipamentos. É claro que quando Dona Benta e as crianças chegam no Arraial, ele fala que uma rádio é uma responsabilidade muito séria e, portanto, “não é coisa de criança”, mas como todos falam sobre a Cléo ter trabalhado em uma rádio e saber tudo sobre isso, ele acaba aceitando que eles levem o projeto adiante… o equipamento, no entanto, como eles descobrem quando o Zequinha os leva lá, está todo velho e estragado, vai precisar ser consertado.

E esse é um trabalho para o Visconde de Sabugosa!

Enquanto Pedrinho, Narizinho e Emília vão com Zequinha buscar as coisas e Angico está conversando com Cléo, louco para conquistá-la, dois corações se partem simultaneamente: o de Zequinha, que fica arrasado ao ver o irmão dando em cima da Cléo ao invés de ajudá-los a carregar as coisas (“Ele está ocupado com outras coisas”); e o de João da Luz, que está no arraial fantasiado para ganhar comida, e não entende bem o que está sentindo, mas entende que ele não gosta de ver a Cléo conversando com o Angico. E o João tirando os óculos escuros para ver melhor quando Cléo se despede de Angico com beijinhos no rosto? Bem, é claro que ele e Cléo ainda não têm nada, mas um clima definitivamente rolou entre eles quando eles se viram pela primeira vez, lá no fim do primeiro capítulo, e isso não pode ser negado. Agora, no entanto, ele vai tentar negar.

“Então quer dizer que aquela menina é amiga do Pedrinho? Deve estar no Sítio do Picapau Amarelo… foram embora todos juntos”, ele comenta consigo mesmo. E ao mesmo tempo que o fato de ela ser amiga de Pedrinho pode significar que eles podem se aproximar, João viu como ela estava conversando com o Angico lá no Arraial, então ele acha que não teria nenhuma chance com ela… afinal de contas, eles são mesmo de mundos muito diferentes. “Quer saber, Rapadura? Aquele playboyzinho é o garoto certo praquela patricinha. Parece que foram feitos um para o outro”. Como dizemos coisas da boca pra fora, não é mesmo? João da Luz não sente nada do que acabou de dizer, mas ele e Cléo estão prestes a passar muito mais tempo juntos, e é aí que o sentimento entre eles vai florescer de uma vez por todas, porque o pior pesadelo de Cléo se concretiza:

Marcela aparece no Sítio do Picapau Amarelo.

E agora?

 

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