Doctor Who 7x05 – The Angels Take Manhattan


-Back where?
-In time. Back in time. I’m you.

Não. Diga o que disser, eu não estava preparado para isso. Esse episódio de despedida dos Pond foi aquele episódio de lágrimas atrás de lágrimas, de tristeza, de vazio. No final, eu estava encantado pelo episódio, cada vez mais apaixonado pela série, satisfeito pela despedida emocionante dos Pond, mas mais triste do que eu jamais poderia imaginar. Dizer adeus para eles, mesmo dessa maneira belíssima, não era algo para que eu estava preparado… chorei com o Doctor, me arrepiei todo ao final.
Eu classificaria esse como meu episódio preferido de Doctor Who, provavelmente pela sua carga emocional. A história toda dos anjos deu um grande motivo pelo qual Amy e Rory não mais poderiam ver o Doctor, e ainda conseguiu ser bem contada, interessante, e um clima de suspense permeou toda a narrativa… a trilha sonora estava bem colocada de maneira que metade das minhas unhas se foram. Nunca mais olharei para estátuas com os mesmos olhos. E nunca mais pensarei em um paradoxo da mesma maneira…
Tudo começa com uma belíssima e já emocionante cena de leitura no parque. Incrível como os Pond e o Doctor possuem essa química tão visível e perfeita. A cena foi cheia de ternura, e saber que era o último episódio deles já mexeu comigo a ponto de me emocionar com pequenas coisas. Foi lindo ver o Doctor ler em voz alta, ver Amy com seus óculos de leitura, as rugas, ver Rory se propondo a pegar o café… e foi tal café que deu início a toda essa história de maneira inusitada.
No caminho com seus cafés, Rory acaba sendo transportado para 1938 por alguns anjos que tomaram conta de Manhattan. Toda estátua da cidade é um anjo que só se mexe quando ninguém está vendo. E eu confesso que fiquei com um pouco de medo deles, toda vez que a luz apagava eu tinha medo do que veria quando elas se acendessem. E esses anjos mandam pessoas de volta no tempo porque esse deslocamento temporal gera a energia da qual eles se alimentam.
AMEI!
O Doctor sempre amou mais Amy do que Rory, então os dois compartilham uma belíssima cena em que ele lê em voz alta, até que cheguemos à pergunta de o quê o homem magro disse: “He said: ‘I just went to get coffee for Doctor and Amy’”. Pronto, com toda a história do episódio narrada em um livro misterioso, Amy e Doctor vão acompanhando a leitura em uma proposta interessantíssima: enquanto as coisas acontecem em 1938, eles se mantém informados de acordo com o livro… mas Doctor a repreende que não deve ler mais para frente, pois uma vez lida, a história está escrita. Time can be re-written” “Not once you read it”.
Como você pode ver, os diálogos desse episódio foram impecáveis. Fiz tantas, mas tantas anotações, que devo ter demorado mais de uma hora para ver o episódio inteiro. E confesso que por vezes o parei para respirar e degustar o momento. Uma dúvida cruel, que mesclava a vontade de terminar, mas o medo das emoções finais, e a dificuldade para dizer adeus aos Pond. Se eu pudesse transcrever todo o episódio, tenho certeza que cada uma das falas seriam espetaculares à sua maneira…
Mesmo com dificuldades para pousar a TARDIS, Doctor consegue chegar a 1938 para buscar Rory, e é lá que se encontra com River, sua esposa, filha de Amy e Rory. Todas as cenas foram emocionantes, e o episódio foi uma busca gigantesca repleta de suspense e emoção. E o Doctor passou por tantas emoções conflitantes que eu me emocionei continuamente com ele, sentindo mais ou menos o mesmo que ele. Ler o título dos capítulos gerou aquela tristeza e revolta dele (“Amelia’s Last Farewell”), e mais tarde uma pequena esperança ao acreditar que River conseguiu se soltar sem quebrar o braço… e os olhos tristes repletos de lágrimas dele foram emocionantes em todos os momentos… não tinha como resistir!
E Amy e Rory protagonizaram as cenas mais perfeitas! Foi forte ver a morte do velho Rory segurando a mão da jovem Amy, e o conceito de paradoxo que mataria os anjos e destruiria o prédio foi ótimo! E a solução encontrada por Amy e Rory então… eu tenho dificuldades para me lembrar de algo mais emocionante do que a cena que o casal teve no telhado do prédio. Como foi lindo vê-lo disposto a se jogar, como foi triste ver as lágrimas de Amy, entender a situação toda, ver sua condição de ir junto com ele (“To save you, I could do anything”)… e a queda dos dois, com aquela trilha emocionante… PERFEITO!
E os dois ainda compartilham outra cena emocionante, pouco depois. No cemitério, após o paradoxo e tudo “resolvido”, Rory encontra ainda sua lápide, e um último sobrevivente o envia para o passado novamente (quando ele sumiu, aquele efeito sonoro que parecia uma “desaparatação” me deu uma sensação tão ruim de algo querido sendo tirado de mim. E não deixa de ser isso). Sem poder resgatá-lo com a TARDIS, Amy vê que a única opção seria ser levada pelo anjo também, tamanho era seu amor por Rory e querendo sempre estar com ele. Suas lágrimas, as tentativas loucas de segurá-la do Doctor, a emoção de River ao enviar a mãe para o passado… as últimas lágrimas de Amy, os ventos… tudo colaborou para a criação de uma cena épica e de uma despedida espetacular! Ver seu nome aparecendo na lápide foi emocionante, e a última notícia que temos de Amy…
Eu sempre arranco a última página de livros. Não precisa ter um fim. Odeio fins”. Foi com essa frase simples, repleta de simbologias, mas que parecia mais uma grande piada no início do episódio, que o episódio se encerra com uma despedida escrita de Amy, e suas últimas palavras emocionadas para o Doctor. “Eu sempre te amarei”. E era isso mesmo o que sentíamos. Ouvir aquilo tudo, ver as lágrimas nos olhos do Doctor, ver sua desolação, ver a jovem Amelia esperando pela primeira visita do Doctor… emocionante demais!
E uma coisa que ficou clara continuamente: “Não viaje sozinho, Doctor”. Eu sei que eu continuarei amando a série, eu sei que criarão algo espetacular para introduzir a nova companion de Doctor na série, e que provavelmente ela também será espetacular e nos apaixonaremos por ela. Mas não tem como não sentir falta dos Pond. No momento, não consigo imaginar episódios com esse Doctor, mas sem os Pond. Acho que, nos últimos anos, é a primeira vez que um Doctor troca de companions sem trocar o ator que também faz o Doctor. Vamos ver como será isso…

-Aren’t you the woman who killed the Doctor?
-Doctor Who?
(nunca me canso disso!)

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